Os Exploradores e Moços (escuteiros dos 10 aos 14 anos, respetivamente dos ramos terrestre e marítimo) dos agrupamentos algarvios do Corpo Nacional de Escutas (CNE), participaram este fim de semana prolongando em Alcoutim nas atividades comemorativas do Dia da IIª Secção.

Sob o imaginário do contrabando, atividade intimamente ligada à história de Alcoutim e das gentes raianas, cerca de 300 Exploradores e Moços (auxiliados por 70 dirigentes) de 25 agrupamentos dos 34 algarvios do CNE, participaram naquela atividade que se realizou no âmbito da celebração do dia de São Jorge.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A atividade, promovida pela Junta Regional do Algarve do CNE através da Secretaria Regional Pedagógica da IIª Secção em colaboração com o Agrupamento 1107 de Alcoutim do CNE, teve início no sábado de manhã com a montagem do acampamento no campo de futebol, à entrada da vila. Depois do almoço realizou-se a abertura de campo. Com os participantes divididos por cinco subcampos, representados por cada um dos símbolos da IIª secção – a vara, a estrela, o cantil, a flor-de-lis e o chapéu –, tiveram ali lugar os jogos de campo previstos apenas para o dia seguinte, numa alteração motivada pela chuva que se abateu sobre Alcoutim.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Depois do jantar e respetivo concurso de culinária, realizou-se a colorida festa néon ou glow party, com adereços e tintas que brilham no escuro.

Ontem realizou-se então o ‘Grande Jogo’, composto por 10 postos com jogos tradicionais, destreza física ou mental, outros de orientação, espalhados pela vila “para dar mais visibilidade ao escutismo” ou noutros locais mais afastados como na praia fluvial. Um dos jogos presentes foi o jogo da choca, semelhante ao hóquei, que se jogava com o «aleo» (parecido com o sitck), termo inscrito no brasão de Alcoutim, devido à lenda da origem da palavra estar relacionada com D. Pedro de Meneses.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Aos Exploradores e Moços foi-lhes mesmo pedido que construíssem nos agrupamentos um «aleo» para trazerem para a atividade. Os objetos estiveram expostos junto ao palco e foram trocados no final do evento.

Ontem à noite, após o jantar os escuteiros deixaram o acampamento e realizaram cinco fogos de conselho por subcampo, em locais diferentes da vila.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Esta manhã foi ocupada com dinâmicas de campo como a construção de um painel com as peças de cada elemento que visto de cima formou um mosaico gigante ou a designada ‘Caça ao Contrabandista’ que consistiu na procura de elementos de outros agrupamentos com semelhanças físicas e antropológicas às de cada um.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Antes do almoço foi celebrada a eucaristia, presidida pelo assistente regional do CNE, o padre Nuno Coelho, e ao início da tarde foi feita a entrega dos prémios, o encerramento e desmontagem do acampamento.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Naquela que foi a primeira atividade regional da IIª secção escutista após os dois anos de interregno por causa da pandemia, o chefe de campo confirmou em declarações ao Folha do Domingo que os escuteiros “estavam mesmo com muita vontade de sair de casa”. “Todos os agrupamentos se queixam do mesmo. Parece que os miúdos, de alguma forma, ficaram estagnados. Isso cria-nos algumas dificuldades a nível de autonomia dentro de campo. Os chefes têm de estar um bocadinho mais presentes, seja na questão de cozinhar ou nas construções”, afirmou Jorge Barbosa, reconhecendo que os escuteiros perderam algumas competências.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O dirigente do agrupamento 714 de Albufeira explicou ainda que a percentagem de novos elementos na IIª secção “é significativa” e teve a ver com o atraso no sistema de progresso de Lobitos para Exploradores motivado pela pandemia.

O CNE, fundado em 1932 no Algarve pelo cónego José Augusto Vieira Falé, conta atualmente com 34 agrupamentos num total de mais 2.000 elementos.