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Foto © Samuel Mendonça

«Quem conhece a vida de Santo Agostinho sabe que está muito marcada por um afastamento profundo, por uma queda profunda no seu pecado, na sua miséria e ao mesmo tempo, se vê levantada por uma beleza que Santo Agostinho descobre». Foi com esta comparação, que o padre Pedro Manuel pontuou a sua apresentação do livro “A Estrada do Sol”, de Francesco Lorenzi, vocalista e compositor dos “The Sun”, que ontem teve lugar durante o Festival Jota.

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Foto © Samuel Mendonça

O sacerdote algarvio, sentado ao lado do autor do livro, descreveu de forma emotiva e empolgada, o percurso vivido pelo músico, desde a sua tomada de consciência relativa aos problemas relacionados com uma vida de excessos (álcool, drogas, etc.), até à sua conversão e posterior conversão de todos os membros da banda. «Catequese», «Quaresma», «Peregrinação Interior» e «descoberta da Luz» são as fases identificadas pelo padre Pedro Manuel neste processo vivido por Franzi, como é familiarmente conhecido o músico. A beleza da oração em conjunto  e da sua força, bem como a sua importância para a conversão da banda, foram destacadas na apresentação.

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Foto © Samuel Mendonça

As conversas tidas com o «Mister» – forma como o músico italiano se refere a Deus -, as dúvidas e questionamentos que vive em todo o processo, os encontros com o cardeal Gianfranco Ravasi (o presidente do Conselho Pontifício da Cultura, que assina o prefácio do livro), com os Papas Bento XVI e Francisco, todos esses passos estão presentes nesta obra autobiográfica, editada pelas Paulinas e agora disponível e que é, igualmente, um «testemunho espiritual», nas palavras do cardeal Ravasi.

«A história de conversão de qualquer pessoa acontece a partir da sua relação com Deus», refere o sacerdote. «No caso deste rapaz aconteceu a partir de um conjunto de acasos que não foram acasos: eram teocidencias e por ele chegou a conversão» dos restantes membros da banda, conta Pedro Manuel, dando nota do principal tema do livro: «A partir dele – Franzi-, o Senhor foi convertendo os outros e um conjunto de vidas que estavam unidas pela música, mas ao mesmo tempo separadas pela falta de sentido, encontraram na cruz, encontraram em Jesus um sentido diferente que fez com que passassem de uma banda rock conhecida, a uma banda de rock cristão».

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Foto © Samuel Mendonça

“A Estrada do Sol” é um livro «entusiasmante», na opinião do sacerdote, um livro que se «lê muito bem numa tarde de verão», mas que nos deixa algumas questões e desafios.

A apresentação do livro foi feita no Vale das Almas, durante o Festival, tendo estado presente a irmã Eliete Duarte, da congregação das Filhas de S. Paulo – Paulinas, que edita a obra. «Este livro é uma história de vida, de sonhos, de coragem e de música», que conta os 15 anos de vida da banda e da «verdadeira amizade que transforma, que faz renascer e que levou ao encontro fundamental com Jesus, porque é ai que nos encontramos o sentido para a nossa vida», referiu a religiosa.

«Este testemunho tão belo permite-nos acercarmo-nos de um mundo que nem sempre é fácil de abordar: o mundo dos jovens», afirmou e concluiu desejar que o mesmo possa ser acolhido pelos jovens, como marca da presença de «Alguém com A maiúsculo» nas vidas de todos.

Francesco Lorenzi é o fundador dos “Sun Eats Hours”, banda rock punk de sucesso internacional que fez as primeiras partes de concertos de grandes bandas de renome mundial, como os Muse ou os The Cure e editou quatro discos em inglês, tendo feito inúmeros concertos na Europa e no Japão e ganho o prémio de Melhor Banda de rock punk italiana.

A Banda, que depois da sua conversão enfrentou sérias dificuldades para editar trabalhos, graças ao novo conteúdo das suas letras (facto que é relatado no livro) e ao uso da língua italiana, esteve presente ontem, no Festival Jota, para apresentar o primeiro single “Le case di Mosul” do novo álbum, intitulado “Cuore Aperto”, lançado o mês passado.

Apresentação do padre Pedro Manuel: