Faleceu no passado dia 08 de setembro, no Estado do Ceará, no Brasil, Maria Alice Moreira, de 93 anos, que, juntamente com o marido Raúl Moreira, foi responsável pelo renascimento no Algarve, após a Revolução de Abril de 1974, do Movimento dos Cursos de Cristandade (MCC), também conhecido como Cursilhos de Cristandade devido à sua fundação ter ocorrido em Espanha.

Maria Alice e Raúl Moreira, que vieram ainda antes do 25 de Abril de Angola para Portugal, concretamente da cidade do Lobito para a de Portimão, onde ficaram a residir, foram reitores de mais de quarenta cursilhos no Algarve, mas já em Angola tinham estado ligados ao movimento de espiritualidade familiar.
Em declarações ao Folha do Domingo, Carlos Queirós, que fez parte da equipa do MCC com o casal que tinha como assistente o falecido padre João Sustelo, contou que, mais tarde, quando Maria Alice e Raúl Moreira emigraram para o Brasil ali “continuaram a sua evangelização, tendo levado para diversas igrejas do Ceará 13 imagens de Nossa Senhora de Fátima com 1,30 metros de altura, que foram recebidas por milhares de cristãos brasileiros”.
O primeiro cursilho em Portugal realizou-se em 29 de novembro de 1960 e no Algarve ocorreu a 18 de março de 1964, sendo destinado a homens, ao qual se seguiu o primeiro cursilho de senhoras em abril do ano seguinte.
O MCC é um movimento eclesial que propõe uma vivência de vida segundo os fundamentos da fé. Depois da participação num curso ou cursilho (termo adaptado do original espanhol) de três dias e meio, onde é feito o primeiro apelo à fé, os participantes são convidados a continuarem a caminhar em grupo, nas comunidades, realizando encontros (ultreias) onde partilham as suas experiências de fé.