Luz_belem_2018_igreja_s_pedro (43)
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A ‘Luz da Paz de Belém’ que, na véspera tinha chegado trazida de Huelva, foi esta noite levada do Mosteiro de Nossa Senhora Rainha do Mundo, no Patacão, para a igreja de São Pedro de Faro.

Luz_belem_2018_igreja_s_pedro (7)
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Pouco passava das 21h15, quando uma comitiva de dirigentes dos agrupamentos 98 Faro, 1172 São Luís, 1201 Conceição de Faro e 1324 Sé do Corpo Nacional de Escutas (CNE), que na quinta-feira tinham ido a Espanha buscar a chama, chegou à capela das irmãs Carmelitas Descalças para trazerem a candeia que ali tinha ficado guardada.

A entronização na igreja matriz de Faro para a celebração com a Cáritas Diocesana do Algarve e várias outras instituições da cidade aconteceu pouco depois das 21h30, sendo a ‘Luz da Paz de Belém’ trazida por um Lobito (escuta entre os 6 e os 10 anos de idade, pertencente à I secção do CNE) e recebida pelos párocos da cidade: o cónego Carlos César Chantre, prior de São Pedro e do Montenegro, e o padre Rui Barros, prior da Sé e de São Luís.

A igreja encheu-se também com pessoas vindas de outras paróquias, particularmente do concelho de Faro e Olhão.

Luz_belem_2018_igreja_s_pedro (23)
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Na vigília de oração, o cónego César Chantre lembrou a origem daquela chama. “Os austríacos enviam uma criança a Belém para ir buscar a luz até Viena e agora está aqui, via Huelva”, observou.

O sacerdote desafiou cada um dos presentes a “fazer a diferença num mundo que não quer a luz porque quer ser a própria luz”. “Por vezes, podemos correr o risco de nos endeusarmos, convencidos de que somos a luz e não somos. Fazemos parte da luz, isso sim, mas não somos a luz”, advertiu, lembrando que tal como João Batista “apontava para a luz” verdadeira, também o papa Francisco está a fazer o mesmo ao “apontar para Jesus”.

Luz_belem_2018_igreja_s_pedro (35)
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Antes do momento da distribuição da chama feita pelos sacerdotes a cada uma das instituições presentes, que por sua vez a distribuíram por toda a assembleia, o cónego César Chantre voltou a deixar claro o significado implícito àquele símbolo. “A luz não vem, nem de mim, nem do padre Rui. Vem de Cristo”, esclareceu, considerando a presença do padre Rui Barros também ela “significativa por causa da unidade”. “A presença do senhor padre Rui é uma presença forte de unidade da Igreja na cidade”, reforçou.

O sacerdote destacou ainda a importância das instituições presentes. “Se cada entidade de Faro viesse buscar a luz e a levasse para a sua instituição, era sinal de humildade. E é o que está a acontecer aqui”, afirmou.

No final da celebração, constituída por alguns gestos significativos, como o da oração da Avé Maria, o cónego César Chantre reforçou o desafio feito aos presentes. “Ide e levai a ‘Luz da Paz de Belém’ a todos, partilhai-a com alegria e entusiasmo, levai com ela um sorriso de esperança e um abraço de paz e mostrai-a na vossa janela na noite de Natal”, pediu.

A tradição da ‘Luz da Paz de Belém’ foi iniciada há cerca de 25 anos, na Áustria, resultante de uma ação caritativa a favor de crianças portadoras de deficiência e de pessoas carenciadas, promovida pela televisão pública austríaca. Desde então, todos os anos uma criança daquele país é convidada a recolher a luz da igreja da Natividade e, a partir de uma celebração ecuménica realizada em Viena, a distribui-la pela Europa, acompanhada de uma mensagem de paz. Desde 1990 muito difundida pelos escuteiros, a ‘Luz da Paz’ é atualmente recebida em cerca de 35 países.

Hoje, a Cáritas levará para a manifestação pública pela paz a realizar em Loulé no âmbito da campanha de Natal “10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz”, a chama acesa esta noite na sua lanterna.

Fotogaleria