
O Fundo Social da Diocese do Algarve que, desde 2009, tem vindo a apoiar as vítimas da crise, “dando prioridade às situações de carência mais grave”, concretamente junto da “população desempregada”, está novamente esgotado, após ter sido distribuída, no passado dia 12 deste mês, a última tranche no valor 9.553 euros.
Depois de maio deste ano – em que foi distribuída uma tranche de 12.465 euros que perfez até àquele mês um total de 22.933 euros atribuídos – em outubro foram distribuídos 8.263 euros e agora mais 9.553 euros, sendo que o valor total distribuído em 2013 é de 40.749 euros.
Recorde-se, no entanto, que o Fundo Social da Igreja Católica algarvia já distribuiu desde 2009 cerca de 171 mil euros, sendo que 40 mil euros foram repartidos até 2010 e, desde 2011 até este mês, foram atribuídos para satisfazer 246 pedidos de ajuda cerca de 131 mil euros.
Carlos Oliveira, presidente da Caritas Diocesana do Algarve e membro da equipa de gestão do Fundo Diocesano Social, explicou ao Folha do Domingo que em 2013 mantém-se o mesmo número de pedidos de ajuda em relação a 2012, mas aumentou o valor das mesmas em cerca de 5 mil euros. “Em 2012 tivemos 79 casos novos e em 2013 voltámos a ter 79 casos novos, uma vez que o Fundo não contempla apoios reincidentes. Não tem vindo a aumentar o número de casos, mas tem vindo a aumentar o valor das ajudas, o que significa que as pessoas estão mais endividadas”, refere, acrescentando que “os pedidos foram sendo satisfeitos” porque “as pessoas foram mais generosas em 2013”.
O financiamento do Fundo é proveniente da renúncia quaresmal anual dos católicos algarvios e de donativos particulares. O apoio é decidido por uma equipa de gestão que analisa caso a caso, segundo o relatório elaborado por técnicos credenciados. Uma das condições impostas para receber a ajuda, subjacente ao próprio regulamento do Fundo Diocesano Social, é que se verifique a situação de desemprego do beneficiário e, no caso dos casais, que a mesma se verifique pelo menos em relação a um dos seus membros.
Carlos Oliveira explica que os pedidos de ajuda se referem em grande parte a “rendas de casa alugada em atraso” e também a medicação, receituário de óculos e propinas universitárias. “Em 2013 quase não apareceram casos de pagamentos de mensalidade de casa ao banco”, acrescenta, explicando também que o Fundo não contempla ajudas para alimentação. “Os beneficiários são, sobretudo, pessoas na casa dos 40 anos, estando desempregados um ou os dois cônjuges. Alguns recentemente desempregados e outros de longa duração”, testemunha aquele responsável, explicando que na maioria dos casos o agregado familiar “nunca é composto por menos de três pessoas, havendo muitas famílias com 2, 3 ou 4 filhos”.
Os donativos para o Fundo Diocesano Social podem ser feitos através do NIB 001800000617213600178.