A autarquia de Silves, num comunicado assinado pelo presidente Rogério Pinto informou que se reuniu com as entidades com interesses na zona – Docapesca, Associação de Pescadores de Armação de Pêra e Clube de Futebol “Os Armacenenses” – e estas manifestaram a posição de a compra vir a ser “uma oportunidade” para reabilitar e recuperar o lado nascente de Armação de Pêra.
“O secretário de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território, Pedro Afonso, em reunião tida comigo a 15/01/2013, revelou que acompanha a situação e a continuará a acompanhar através da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e serão desenvolvidos todos os esforços para encontrar uma solução que permita que a praia passe a do domínio público a título definitivo”, referiu o autarca no texto.
Rogério Pinto acrescentou que se está a procurar “delinear consensos, estando a ser estudados vários cenários para se chegar à proposta definitiva, que normalizará as posições das diversas entidades: Estado Central, Município, Junta de Freguesia e privados”.
Em causa está uma faixa de praia de cerca de três quilómetros que pertencia a um privado desde 1913 e que o Estado poderia ter adquirido por 200 mil euros em parceria com a câmara, mas não exerceu o direito de preferência, tendo a mesma sido comprada por outro privado, proprietário de uma unidade hoteleira (Vila Vita Park) em Porches, no concelho de Lagoa.
“O novo proprietário do espaço (Vila Vita – Praia da Cova, representado pelo seu Administrador Geral, Manuel Cabral) confirmou a intenção de doar o terreno agora adquirido às entidades públicas envolvidas, consoante os termos a acordar e protocolar posteriormente, bem como a sua vontade de apoiar a comunidade armacenense e as entidades que têm relação direta com o espaço no sentido de poder requalificar esta parte da vila”, assegurou o autarca.
Rogério Pinto referiu que “todas estas instituições pretendem, acima de tudo, que a zona em causa e a vila saiam beneficiadas e dignificadas com este processo” e apontou a relocalização do campo de futebol de “Os Armacenenses” uma das “primeiras preocupações a ter aquando do estabelecimento do protocolo entre as partes”.
A Associação de Pescadores “também revelou interesse em participar numa solução para esta área e saudou, mesmo, a possibilidade de se poder requalificar essa zona da praia”, enquanto a Junta de Freguesia “vê a venda deste terreno como uma oportunidade e chamou a atenção para a necessidade de legalizar a lota e espaços adjacentes, problema que tem vindo a ser analisado também pela autarquia e pela Docapesca”, segundo o autarca.
A Associação dos Amigos de Armação de Pêra manifestou, no entanto, a sua preocupação pelo processo, considerando ser “difícil acreditar que uma entidade privada salvaguardará o interesse público” quando o mesmo não foi acautelado pelas entidades públicas.
Lusa