Quatro delas são de famílias refugiadas da guerra na Ucrânia
Depois do primeiro grupo no passado dia 11 deste mês, um segundo conjunto de nove crianças, dos 7 aos 10 anos, realizaram ontem, na igreja de Santa Ana, em Albufeira, a sua Primeira Comunhão na Igreja Greco-Católica Ucraniana no Algarve.


Quatro destas crianças, dois meninos e duas meninas, pertencem a duas famílias refugiadas da guerra na Ucrânia. Vieram com as mães para Portugal, mas os pais tiveram de permanecer naquele país do leste da Europa e estão mesmo a combater porque são militares. Uma das famílias veio logo no início da invasão russa e a outra chegou mais tarde, mas ambas decidiram vir para Portugal porque já tinham cá familiares. As restantes cinco crianças já nasceram em Portugal.



Há vários anos que a Igreja Greco-Católica Ucraniana – que tem culto em Albufeira, na igreja de Santa Ana; em Faro, na igreja de Santo António do Alto; em Portimão, na capela de São José; em São Brás de Alportel; e em Tavira, na igreja de Nossa Senhora do Livramento – prepara crianças, filhas de pais ucranianos, para receberem o sacramento.


O grupo de ontem era composto por cinco meninas e quatro meninos residentes em Albufeira e Ferreiras. A catequese é realizada ao domingo na própria igreja de Santa Ana, que ontem de manhã acolheu, uma vez mais, a celebração dominical da Eucaristia, e acontece antes ou depois desta.


As catequistas contaram à reportagem do Folha do Domingo que este ano a catequese teve início em janeiro e prolongou-se até agora. Nataliya Korobchuk e Oksana Snyezhyk explicaram que aquele trabalho contou com ajuda dos próprios familiares das crianças, incluindo de um tio de uma das meninas que é também catequista.

Aquelas educadoras acrescentaram não ser possível preparar todos os anos crianças para a Primeira Comunhão por não haver crianças suficientes, mas contaram que isso acontece a cada dois ou três anos. “A última vez foi antes da pandemia”, lembraram.

Nataliya e Oksana testemunharam ainda que, pese embora alguns já tenham regressado à Ucrânia, continuam a chegar famílias ucranianas a Portugal. Ambas referiram que depois do ataque à barragem na cidade ucraniana de Nova Kakhovka, em Kherson, no início deste mês, chegaram mais famílias que perderam as casas.

Ontem, os catequizandos foram recebidos à porta da igreja pelo padre Oleg Trushko, capelão da Igreja Greco-Católica Ucraniana no Algarve, que presidiu à celebração. Depois entraram no templo passando pelos familiares que seguravam uma toalha com bordados característicos da Ucrânia.
Na eucaristia, o momento da comunhão aconteceu após a consagração das duas espécies, quando o padre Oleg Trushko embebeu o pão no vinho e deu-o às crianças.