Encontro com o Papa João Paulo II decorreu no dia 23 de março de 1986

Há 37 anos, num Domingo de Ramos, celebrava-se por iniciativa de São João Paulo II a primeira Jornada Mundial da Juventude (JMJ), com a participação de dois autocarros de algarvios ligados ao Caminho Neocatecumenal.

Aurélia Roque

A indicação é dada ao Folha do Domingo por Aurélia Roque, de Faro. “Andámos sempre atrás de João Paulo II”, refere com emoção aquela participante na primeira JMJ, que esteve em seis daqueles encontros mundiais, explicando que a maioria das pessoas que foram consigo continuam a pertencer ao Caminho Neocatecumenal, sendo alguns também catequistas.

“Foi um grande impulso para a evangelização e para amadurecer no Cristianismo. Perceber que não éramos só os que estávamos aqui na Igreja, ver aquela gente toda e o Papa a incentivar-nos à nova evangelização e a não ter medo, foi um impulso a querer servir e dar aos outros aquilo que estávamos a receber. Receber de graça para dar de graça, também àqueles que não conhecem Jesus Cristo”, testemunha Aurélia Roque, que fala numa “metanoia” para a juventude da época ao se aperceber da dimensão universal da Igreja que “convoca todos de igual maneira, no mesmo serviço”.

Aurélia Roque participou ainda no Encerramento do Jubileu da Juventude, a 15 de abril de 1984, por ocasião do Ano Santo da Redenção (1983/1984) e no Encontro Mundial de Jovens por ocasião do Ano Internacional da Juventude, a 31 de março de 1985, acontecimentos ocorridos em Roma, na Praça de São Pedro, que a Santa Sé considera entre aqueles que estiveram na origem das Jornadas Mundiais da Juventude.

Aquela católica comprometida recorda que ter estado presente naqueles momentos da história de João Paulo II e das JMJ ajudou a “dar força” à sua fé e muito importante “para não desanimar”. “Nada foi em vão. Para mim, foi uma iluminação para toda a minha história e toda a minha vida. Toda a palavra que recebi nessas jornadas foi fundamental para poder enfrentar os sofrimentos que vieram depois. Foi muito bom”, considera.

Na primeira JMJ, sob o tema o tema “Estai sempre preparados para testemunhar a esperança que há em vós”, “foram mais de 300 mil os jovens que aceitaram o convite do Papa João Paulo II para se encontrarem com ele no Vaticano, a 23 de março de 1986”, indica a organização da JMJ Lisboa 2023, a próxima edição internacional do evento, que vai decorrer de 1 a 6 de agosto, na capital portuguesa.

Aquando desta primeira JMJ, o Papa João Paulo II referiu que “a Jornada da Juventude significa precisamente isto: sair ao encontro de Deus, que entrou na história do Homem mediante o mistério pascal de Jesus Cristo. Entrou nela de maneira irreversível”.

“Em 1986 semeou-se então aquela que se tornaria a tradição da Igreja de encontro dos jovens de todo o mundo com o Papa, mantida por todos os Papas que sucederam a João Paulo II. Um encontro multicultural, uma peregrinação, uma festa da juventude, uma expressão da Igreja universal e um momento forte de evangelização do mundo juvenil”, indica a organização da JMJ Lisboa 2023.

A iniciativa promovida pela Igreja Católica “apresenta-se como um convite a uma geração determinada em construir um mundo mais justo e solidário”, sendo “aberta a todos, quer estejam mais próximos ou mais distantes da Igreja”.

Cada JMJ realiza-se, anualmente, a nível diocesano (inicialmente no Domingo de Ramos e atualmente na solenidade litúrgica de Cristo-Rei), alternando com um encontro internacional a cada dois ou três anos, numa grande cidade; até hoje houve 36 JMJ, com 14 edições internacionais em quatro continentes. Sete dessas edições decorreram na Europa, até hoje.

Depois da primeira edição das JMJ em 1986, seguiram-se as de Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

A Igreja algarvia tem marcado presença ao longo desta história das JMJ. Para além das participações nos referidos encontros que estiveram na sua origem e na primeira edição em 1986, em Roma, voltou a participar em 1989, em Santiago de Compostela, com 50 jovens. A presença algarvia repetiu-se em Denver com cerca de 15 elementos, em Czestochowa com cerca de 100 elementos, em Paris com 150 elementos, em Roma com 400 elementos, em Toronto com 2 elementos, em Colónia com 113 elementos, em Sidney com 13 elementos, em Madrid com 232 elementos, no Rio de Janeiro com 39 elementos, em Cracóvia com 104 elementos e no Panamá com 28 elementos. O Algarve conta participar na edição deste ano em Lisboa com pelo menos um milhar de participantes.

com Agência Ecclesia

Algarve presente na história das Jornadas Mundiais da Juventude desde a sua origem