A Igreja algarvia encerrou este sábado a cadeia de oração permanente ao Santíssimo Sacramento (lausperene) que realizou desde o passado dia 26 de outubro para pedir a Deus vocações de consagração, tanto no sacerdócio como na vida religiosa ou nos institutos seculares.




A vigília de oração, que teve lugar na igreja matriz de Olhão, ficou marcada pela profissão de fé, promessa de celibato, juramento de fidelidade e compromisso de incarnação na Igreja diocesana do futuro diácono Bruno Valente que este domingo será ordenado em Quarteira, pelas 17h, na igreja de São Pedro do Mar.



O reitor do Seminário de Faro, instituição que promove anualmente o lausperene, começou por lembrar que, por isso, a noite se revestia de “duas atitudes fundamentais”. “A da súplica porque somos sempre necessitados do amor e da misericórdia de Deus, fonte de todas as vocações; e a da gratidão pelas várias vocações que o Senhor nos tem dado nos últimos anos e hoje, particularmente, pelo dom da vocação do Bruno”, afirmou o padre António Freitas.



O sacerdote lembrou a importância da oração para o surgimento de vocações. “As vocações e tudo o que somos como Igreja ou surge pela força da oração ou não acontecerá. E nesta noite de oração em que vimos encerrar o 20º lausperene pelo nosso Seminário e pelas vocações sacerdotais preparamos também o dia de festa que amanhã viveremos com a ordenação diaconal do nosso irmão Bruno Valente”, afirmou.




O bispo do Algarve, que presidiu à vigília, disse que a ordenação deste domingo surge como resposta à cadeia de oração. “Não podemos desligar este lausperene e esta vigília de oração daquilo que celebraremos amanhã. É a certeza de que Deus não deixa a nossa oração sem resposta”, afirmou D. Manuel Quintas, referindo-se ao “dom que o Bruno constitui” para a Igreja algarvia.



O responsável católico destacou três verbos: “agradecer, pedir e acolher”. Relativamente ao primeiro, falou em “louvor por cada um daqueles que já exerce” o ministério ordenado na Igreja diocesana. “Nesta noite somos particularmente convidados a agradecer por tudo aquilo que a Eucaristia significa na vida da Igreja, na vida de cada um de nós”, referiu.


Sobre o segundo verbo disse que o lausperene que agora chegou ao fim uniu novamente a diocese em torno de um “pedido comum, diocesano e eclesial ao Senhor”, lembrando a “necessidade imperiosa daqueles sem os quais não há Eucaristia”.





Em relação ao terceiro verbo, incentivou a “acolher o chamamento” quando ele acontece porque “Deus dá a cada um o que cada um precisa para corresponder ao pedido que Ele lhe faz”. “O acolhimento deve estar sempre ligado à confiança. Acolher e confiar”, defendeu, explicando que em ordem ao ministério ordenado se deve “acolher e confiar para depois servir”. “Ligado ao acolhimento e à resposta vocacional está sempre o serviço. Nós, que na Igreja, recebemos um ministério ordenado, seja de diácono, padre ou bispo, não o recebemos para dar ordens, mas para receber ordens d’Aquele que nos chama, consagra e envia”, alertou, acrescentando que esta realidade “exige uma atitude constante de escuta, de discernimento da verdade, de disponibilidade interior, de abandono, de confiança, de acolhimento”.
O bispo do Algarve pediu então que prossiga o hábito de rezar pelas vocações. “Continuemos a pedir com insistência, sem medo de sermos inconvenientes, e se formos chamados, se o Senhor nos pedir alguma coisa, a atitude é de acolhimento confiante com a disposição plena para servir e dar a vida. É essa lição que o ministério, particularmente de diácono, nos sugere, ensina, inspira”, concluiu.

No final da vigília, participada por muitos jovens e animada pelo Setor da Pastoral Juvenil da diocese, D. Manuel Quintas apresentou ainda os seminaristas que este ano pastoral vieram para o Seminário diocesano.

