O bispo do Algarve presidiu ontem à noite, na igreja matriz de Lagoa, ao início da cadeia de oração permanente ao Santíssimo Sacramento (lausperene) que a Igreja Católica algarvia promove anualmente desde 2004 para pedir a Deus vocações de consagração, tanto no sacerdócio como na vida religiosa ou nos institutos seculares.

“É também de esperança este tempo que iniciamos, o lausperene, um tempo privilegiado para a nossa Igreja diocesana, um tempo dos mais expressivos do ano litúrgico para a nossa diocese. Sabermos que ao longo deste tempo alguém da diocese, nalguma igreja paroquial, nalguma capela, nalgum oratório, está em oração, que melhor sinal de esperança do que este?”, afirmou D. Manuel Quintas.
O bispo diocesano explicou porque considera ser “um tempo privilegiado” para a Igreja diocesana. “É um tempo sempre fecundo porque ninguém se coloca diante de Cristo na eucaristia com uma atitude de contemplação, de adoração, de fé e fica igual. Ele transforma-nos verdadeiramente e sabemos que escuta, sobretudo quando realizamos o pedido que Ele nos fez: «Pedi ao Senhor da messe que mande trabalhadores para a sua messe»”, justificou, explicando que a oração visa não só pedir a Deus que faça surgir em toda a Igreja, particularmente na algarvia, “os servidores de que ela precisa”, mas também “o dom da fidelidade para aqueles que já chamou”.

“É um tempo de muita consolação, não apenas para o bispo diocesano mas para todos nós porque temos alguém que está a rezar pela diocese a toda a hora do dia ou da noite, alguns com muito sacrifício, com sono, cansados de um dia de trabalho, mas a fé, que move montanhas, move-nos também a nós e, sobretudo a confiança de que quem reza ao Senhor da messe não é defraudada”, prosseguiu.

O lausperene decorre no âmbito da Semana dos Seminários que ontem teve início a nível nacional e que se prolonga até ao dia 8 deste mês sob o tema “Jesus chamou e foram ter com Ele” (Mc 3,13).

Assegurado pelas paróquias que constituem as quatro vigararias de Loulé, Portimão, Faro e Tavira, pelas comunidades, congregações, grupos e movimentos católicos da diocese algarvia, segundo o programa divulgado pela Diocese do Algarve, o lausperene terminará com a eucaristia na igreja de São Pedro de Faro, pelas 21h, presidida pelo reitor do Seminário de São José.

“Gostaríamos que o Senhor escutasse a oração de toda a nossa Igreja diocesana e que chamasse e desse as condições àqueles que chama para poderem discernir com ajuda, naturalmente, de toda a diocese, daqueles que estão à frente do Seminário, nas equipas, párocos, catequistas, que lhes desse as condições para poderem entender, discernir, sobretudo que se deixassem fascinar, crescendo na amizade, na intimidade com a pessoa de Cristo, pois só isso é que motiva, verdadeiramente, para o seguir”, disse ainda o bispo do Algarve, lembrando que os cristãos não seguem “uma ideia ou uma doutrina”, mas a pessoa de Cristo. “As ideologias passam, as pessoas permanecem”, frisou.

Por ser dia em que a Igreja celebrava também a solenidade de Todos os Santos, D. Manuel Quintas referiu-se àquela festividade como também “um apelo muito grande à esperança”. “Em toda a Igreja somos chamados a louvar e a venerar aqueles que, tendo terminado a sua peregrinação terrena, já se encontram junto de Deus”, afirmou, explicando que a solenidade tem em vista “pedir também a sua proteção”.

O bispo do Algarve lembrou que “os santos foram aqueles que assumiram de maneira mais plena o espírito das bem-aventuranças, particularmente aqueles que foram pobres de coração”. D. Manuel Quintas explicou que “ser pobre de coração, pobre de espírito, é colocar-se diante de Deus como filho que se sente amado por Ele, que confia plenamente n’Ele, mais do que em tudo o que se possa imaginar”. “A solenidade de Todos os Santos abre-nos assim o espírito e o coração à consequência da ressurreição de Cristo, de tudo aquilo que nos vem pela sua morte e pela sua ressurreição”, complementou.
Com base na exortação apostólica do papa Francisco ‘Gaudete et Exsultate’ (Alegrai-vos e Exultai), o bispo diocesano lembrou ainda que a vocação à santidade “é de todos”, na medida em que resulta do batismo. “Não é privilégio de alguns”, garantiu, desafiando a “olhar para a santidade de uma maneira simples, quotidiana”. D. Manuel Quintas pediu que não se olhe para os santos “como alguém que já nasceu santo, que não teve de se esforçar, que não era da mesma carne, sujeito às tribulações, aos imprevistos, às dificuldades” por que todas as pessoas passam e lembrou que os santos “tiveram de viver muitas vezes em sentido contrário às ideias e aos comportamentos do seu tempo”, mas “foram homens e mulheres corajosos, capazes de reagir e afirmar a todo o custo aquilo que os fazia viver”.

“Ainda que tenhamos de percorrer muito caminho – sobretudo a nível da conversão pessoal e da nossa identificação com a pessoa de Cristo e assumir na nossa vida os traços do rosto de Cristo, ou seja dos seus gestos, das suas atitudes – os santos dizem-nos que isso é possível”, concluiu, considerando a santidade “o rosto mais belo da Igreja porque reflete o rosto de Cristo”. “E o rosto de Cristo revela-nos o rosto deste Deus que nos chama como Pai”, finalizou.
Lausperene Diocesano pelas Vocações e Seminários Vigaria de Portimão 1 de Novembro 2 de Novembro 3 de Novembro 4 de Novembro Vigaria de Loulé 4 de Novembro 5 de Novembro 6 de Novembro 7 de Novembro 8 de Novembro Vigaria de Tavira 8 de Novembro 9 de Novembro 10 de Novembro Vigararia de Faro 10 de Novembro 11 de Novembro 12 de Novembro 13 de Novembro |