A Igreja do Algarve realizou no passado sábado uma jornada particularmente dedicada à Família em que apelou à sua coesão.
Conforme previsto no seu Programa Pastoral para este ano de 2013/2014, a Igreja Católica algarvia realizou “uma ação envolvente e culminante de todo o percurso pastoral” que teve lugar em Loulé, sob o tema “Com Maria, em Família, caminhamos no amor”.
Após a concentração junto à Escola EB1 nº 5, os participantes iniciaram a caminhada colina acima até ao Santuário de Nossa Senhora da Piedade, popularmente evocada como Mãe Soberana.
Na eucaristia que se seguiu, o bispo do Algarve começou por manifestar a sua felicidade por aquele “dia em que a família se encontra”. “É como se fizéssemos uma visita pastoral uns aos outros. Hoje são as paróquias que se visitam todas umas às outras. É o Espírito que nos congrega, que faz de nós uma só Igreja”, afirmou.
Lembrando os Encontros Vicariais da Família realizados no dia 2 de fevereiro, D. Manuel Quintas defendeu que “a coesão da sociedade depende da coesão da Família, a nível de sobrevivência e de renovação da comunidade humana”.
O prelado considerou a Família “um bem insubstituível”. “Bem para a realização pessoal, ao nível afetivo e espiritual dos seus membros e um bem público com grande relevo social para a sociedade no seu todo”, concretizou, sustentando que “a Família é, verdadeiramente, um «santuário» de vida e de amor”.
D. Manuel Quintas destacou que a Família, como “pilar da sociedade”, “precisa de conforto, carinho e acolhimento para não correr o risco de se perder no tumulto das correntes que hoje colocam em causa esta instituição basilar da sociedade”. “E são tantos os perigos, não só interiores mas também exteriores, com que se debate a Família nos dias de hoje”, advertiu.
O bispo diocesano evidenciou a “vocação única” e a “missão imprescindível e insubstituível” da Família como “escola de vida” da qual não pode demitir-se. “Na Família respeita-se a dignidade da pessoa humana encarada como ser único. A pessoa é acolhida e amada. Os mais vulneráveis, incluindo os doentes e portadores de deficiência, não deixam de ser valorizados. Na família aprende-se a convivência com o outro, com o diferente. Na família a solidariedade, o apoio mútuo é espontâneo, caloroso e um campo privilegiado da gratuidade do servir o outro sem esperar nada em troca”, afirmou, lembrando que “a própria autoridade na Família é exercida com amor”.
D. Manuel Quintas lembrou ainda que “a Família representa o meio mais adequado e harmonioso para o crescimento e educação das novas gerações” porque os mais velhos transmitem aos mais novos, “como a sua mais preciosa herança”, “os valores perenes que não estão sujeitos à usura do tempo, nem passam com as modas”.
O prelado aludiu ainda à “força da família em tempos de dificuldade, de crise” e voltou a exortar ao acolhimento paroquial de famílias em situações diversas.
Após a missa, a Jornada da Igreja Diocesana teve continuidade no Parque Municipal de Loulé com um momento de acolhimento e apresentação das paróquias presentes, seguindo-se de tarde momentos de valorização do convívio e da confraternização intercalados com testemunhos familiares.
No parque foi ainda instalada um espaço de espiritualidade e meditação denominado “Tenda do Encontro” e organizado um campo de jogos tradicionais para os mais novos.
A atuação do Grupo Musical Santa Maria e de grupos musicais paroquiais alternaram a sua intervenção com partilhas de diversas realidades familiares que abordaram contextos tão distintos como a integração paroquial, a pertença a associações ou movimentos eclesiais, o acolhimento da deficiência ou a vivência de famílias numerosas no tempo presente.
Ao final da tarde, D. Manuel Quintas presidiu à celebração de bênção de 20 famílias que celebram este ano 10, 25 e 50 anos de matrimónio e que terminou com a consagração a Nossa Senhora das famílias presentes e com a entrega dos respetivos diplomas aos jubilados.
O bispo diocesano considerou neste contexto que o amor e a fidelidade constroem-se e conquistam-se e que “é sempre tempo de crescer no amor”. “O amor conquista-se cada dia e se for conquistado a dois é muito mais profundo”, afirmou, agradecendo a Deus “por todos os casais que vivem a fidelidade no meio de tantas dificuldades”. “Nunca podemos perder de vista Aquele que é o nosso alicerce: a pessoa de Cristo. Cristo é o nosso alicerce, o nosso ponto de apoio e com este ponto de apoio nada nos demoverá e poderá fragilizar o nosso amor, a nossa vida e o nosso testemunho”, concluiu.