O padre Pedro Manuel alertou na Jornada de Pastoral Litúrgica, que a Diocese do Algarve promoveu ontem de manhã, que o desafio da “escuta da Palavra” se prende com a sua aplicação prática na vida.
“Educar para a escuta da Palavra é sobretudo pedir ao Senhor que nos dê força todos os dias para conseguirmos escutar a Palavra, aplicá-la à vida e, por vontade d’Ele e pela força do Espírito, anunciarmos, vivendo, que essa Palavra tem consequências práticas na nossa história”, afirmou o diretor do Secretariado da Catequese da Diocese do Algarve no encontro sobre o tema “Celebrar a fé com os jovens”, promovido pelo Departamento da Pastoral Litúrgica da Diocese do Algarve que teve lugar no Centro Pastoral e na igreja matriz de Pêra com a participação de cerca de 60 agentes litúrgicos de diversas paróquias algarvias.

O orador, que se deteve sobre “a relação entre a Palavra e a vida” na reflexão do tema “Educar para a escuta da Palavra”, advertiu que “do testemunho autêntico da Palavra depende o crescimento da comunidade cristã em número de pessoas e em qualidade do discipulado”. “Exige-se, por isso, que os nossos catequistas, leitores e padres anunciem mais pela vida do que pelas palavras”, acrescentou, sublinhando que a “Palavra de Deus” impele à conversão, “isto é, fazer a mudança sempre que seja necessário”. “Não se trata de mudar os princípios, regras ou normas da tradição cristã. Trata-se de sermos menos burocráticos, frios e julgadores e mais místicos e misericordiosos”, explicou.
O sacerdote disse ainda ser “necessário propor e repropor processos de reiniciação” à vida cristã para “passar de uma pastoral de conservação a uma pastoral especialmente missionária e espiritual” e aludiu à necessidade de “contacto da catequese com a Palavra de Deus”, considerando que a “escuta da Palavra” leva ao “conhecimento da fé que ilumina a receção dos sacramentos, configura a Cristo e insere na Igreja”.
Lembrando que “a comunidade é o ambiente propício para escutar a Palavra de Deus”, o padre Pedro Manuel disse ainda que o desafio passa pela “formação de comunidades missionárias que se fundamentem na leitura orante da Palavra”. “É preciso retirar do barulho, que tantas vezes acompanha as nossas iniciativas e ações, oportunidades para um encontro silencioso com a Palavra”, acrescentou.