A Jornada de Pastoral Litúrgica da Diocese do Algarve, que se realizou ontem no Centro Pastoral de Pêra com cerca de cerca de 80 participantes, incluiu à tarde formações setoriais por grupos. 

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A que abordou o tema “A oração na Catequese” foi orientada pelo padre Flávio Martins. O sacerdote da diocese algarvia realçou na sua intervenção a importância da vida espiritual do catequista. “A missão de fazer catequese não pode dispensar a oração”, advertiu, considerando que “a oração na vida de um catequista é muito mais importante do que na vida de qualquer outro cristão”. “Se a oração para o cristão é importante e vital, para quem acompanha crianças e jovens ou adultos é muito mais vital e essencial, senão tornamo-nos como «troncos levados pela corrente»”, sustentou. 

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O padre Flávio Martins constatou que “para rezar também é preciso treinar”. “Rezar é uma arte. Para ensinar essa arte é preciso praticá-la, vivê-la. Para fazer oração na catequese, o catequista terá de fazê-la na sua vida quotidiana. Os nossos catequizandos sabem se rezamos ou se não rezamos”, prosseguiu, acrescentando ser “preciso ensinar-lhes o caminho para o sacrário” para “estar com eles diante do Senhor” e, “pontualmente, rezar com eles o terço”.

O sacerdote considerou que os catequizandos “precisam destes momentos, de se desligarem dos Tik Tok’s, dos Instagram’s, das selfies, de deixar tudo isso para trás e ficar em silêncio diante do Senhor”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A formação sobre “A oração na Família” foi protagonizada pelo casal Cecília Miranda e João Pedro Guedes, da paróquia da Sé de Faro. Casados há oito anos e com três filhos de 6, 4 e 2 anos de idade, são também membros das Equipas de Nossa Senhora, concretamente da equipa Faro 9 desde 2018.

Cecília, oriunda de uma família católica e numerosa da zona de Coimbra, relembrou como a oração familiar diária durante a sua infância e juventude fortaleceu a sua fé até à idade adulta, o que hoje reforça a importância da oração com os seus filhos. 

João Pedro recordou ter tido uma educação católica, mas que acabou por se afastar da fé durante a sua adolescência. Durante o namoro, participando na Eucaristia com Cecília, reaproximou-se de Deus, sentindo uma verdadeira reconversão.

Enalteceram a importância da integração no movimento das Equipa de Nossa Senhora para a sua oração em casal, permitindo-lhes “tomar o pulso” ao seu Matrimónio e recentrá-lo em Cristo, além da partilha de experiências com outros casais católicos.

Na rotina diária com os filhos enumeraram algumas estratégias que usam para a integração, desde cedo, de toda a família nos hábitos de oração. Explicaram que as histórias bíblicas, tornam-se numa óptima oportunidade de catequese; que no mês de maio rezam o terço em família, mediante uma dinâmica realizada através de um desenho que vão pintando; que todos os dias, na viagem a caminho da escola, os dois filhos mais velhos rezam um mistério diferente do terço com o pai; e a cada semana do mês vão percorrendo um grupo diferente de mistérios.

Contaram ainda ter feito no tempo do Advento, vivido recentemente, um jogo com saquinhos diários em que, além dos habituais doces, vão retirando as figuras do presépio e quadras referentes a estas.

De todos estes hábitos, destacaram a participação na missa dominical em família como o mais importante. Cecília reforçou que o exemplo é a melhor forma de educar, e na fé não é diferente. “Se os filhos não nos virem a comungar, a confessar, a rezar, a perdoar, a partilhar, não podemos esperar que o façam quando forem adultos”, afirmou.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A formação sobre “A oração com os Jovens” coube ao assistente do Setor da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O padre Samuel Camacho aconselhou os animadores a levar os jovens a encontrarem-se verdadeiramente com a pessoa de Jesus. O sacerdote distinguiu que a oração visa “estar” com Jesus e não apenas com a sua mensagem. “Na oração eles devem entender que Deus os aceita daquela forma”, explicou, acrescentando que os jovens “são capazes de ser mais verdadeiros consigo mesmos” no grupo de jovens do que na escola e que devem fazer da oração a sua relação com Deus.

O formador pediu ainda aos animadores a que “trabalhem muito com eles a oração do Pai Nosso”.