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© Samuel Mendonça

Quase 400 jovens católicos do Algarve participaram nas últimas semanas no ‘Advento Jovem’, uma atividade promovida pelo Secretariado da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve para assinalar a entrada no tempo litúrgico do Advento.

A iniciativa, proposta a cada uma das quatro vigararias (circunscrições eclesiásticas das quais fazem parte várias paróquias) que constituem a diocese algarvia, destinou-se a jovens maiores de 16 anos, pertencentes a grupos a partir do 10º ano de catequese ou a movimentos juvenis, e teve como finalidade levar os participantes a renovar o seu compromisso de acolher Jesus Cristo no Natal.

Em Moncarapacho, cerca de 200 jovens das paróquias da vigararia de Faro desafiaram o frio da noite de 6 de dezembro, para realizarem uma caminhada noturna de quase três horas pelas principais ruas da vila que teve início com a concentração no pavilhão multiusos.

Após as boas-vindas do padre Rui Guerreiro, pároco local, que desafiou a os participantes a fazerem “silêncio interior” para realizarem aquela “profissão de fé” em Jesus Cristo, os jovens assistiram a um vídeo testemunhal de alguns dos participantes algarvios na Jornada Mundial da Juventude com o Papa Francisco no Rio de Janeiro (Brasil), em julho passado.

Seguiu-se então a caminhada intercalada com quatro paragens para reflexão sobre personagens bíblicas – profeta Isaías, São João Batista, São José e Maria, mãe de Jesus –, momentos fortemente simbólicos que incluíram a leitura de textos, cânticos, encenações e algumas tarefas de grupo.

Chegados à igreja matriz, para o encerramento da noite que ficou marcada pela simbologia da luz, os jovens foram desafiados a acolher Jesus e a testemunhá-lo. O padre Pedro Manuel, responsável na vigararia de Faro pelo sector da Pastoral Juvenil, aludiu ao significado das quatro velas, símbolo de Jesus, luz do mundo, que foram integrando o percurso. “A vela, esta noite, quer significar também a aliança que Deus quer fazer com cada um”, explicou.

O sacerdote começou por destacar o significado do tempo de Advento. “Significa preparar a nossa vida para Jesus que quer vir ao nosso encontro. Então o Advento é um tempo que localizamos no calendário mas é também um estado de vida. E ser cristão é acolher [Cristo] todos os dias, muito para além deste dia na esperança e na certeza de que Jesus vem. Esta noite é, por isso, meramente simbólica”, sustentou.

Neste sentido, exortou cada um dos jovens a “viver a fé em cada dia”. “A desafiar o frio do tempo? Talvez. Mas, acima de tudo, a desafiar o frio do mundo. Ser jovem cristão no meio do mundo é, justamente, caminhar na frieza da vida sabendo que dentro levamos uma luz muito mais forte”, complementou, lembrando a missão de cada um: “tornar presente a beleza da fé que um dia nos foi transmitida e que hoje nos é entregue para que sejamos nós os transmissores”.

O padre Pedro Manuel acrescentou, então, o que é preciso para concretizar a missão. “Ser cristão a sério é ir com este fogo do Espírito [Santo] e levá-lo às nossas casas e às vossas escolas porque é aí que faz falta ser cristão. É muito bonito e muito fácil ser cristão nas nossas missas, encontros e nos encontros dos nossos grupos. Aí somos todos. É mais difícil ser cristão no meio do mundo”, frisou, apelando ainda à oração. “Se querem ser cristãos a sério, habituem-se a estar em silêncio com o Senhor, a olhar para Ele na certeza que Ele olha para vocês”, concluiu.

O ‘Advento Jovem’ foi também realizado no passado dia 30 de novembro para os jovens das paróquias das vigararias de Loulé e Tavira, respetivamente na igreja paroquial de Ferreiras, no concelho de Albufeira, e na igreja paroquial de Cacela. Nas Ferreiras, onde os participantes refletiram sobre o tema da caridade, participaram cerca de 140 pessoas, sendo que a oração final contou com um testemunho de uma voluntária da Sociedade de São Vicente de Paulo (vicentinos), instituição à qual foram doados os alimentos pedidos aos jovens participantes.

Em Cacela, participaram na iniciativa cerca de 40 jovens.

O tempo litúrgico do Advento é constituído, no calendário religioso, pelas quatro semanas que antecedem o Natal.