
O Vaticano anunciou hoje no Panamá que Portugal vai acolher a próxima edição internacional da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), na cidade de Lisboa, em 2022.
“A próxima Jornada Mundial da Juventude vai decorrer em Portugal”, disse o cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida (Santa Sé).
A decisão foi recebida com uma salva de palmas pelas centenas de milhares de participantes na missa conclusiva da JMJ 2019, que se iniciou na terça-feira, na Cidade do Panamá.
O anúncio foi acompanhado, no campo São João Paulo, onde foi celebrada a missa, por uma delegação do Patriarcado de Lisboa, presidida por D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa; pelo presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa; e pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina.
As JMJ nasceram por iniciativa do papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
Cada JMJ realiza-se, anualmente, a nível local (diocesano) no Domingo de Ramos, alternando com um encontro internacional a cada dois ou três anos, numa grande cidade.
As edições internacionais destas jornadas promovidas pela Igreja Católica são um acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de todo o mundo, durante cerca de uma semana.
O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou que a realização da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, em 2022, é uma “excelente notícia” e a concretização de um sonho da Igreja Católica em Portugal, de “há muito tempo”.
“É uma excelente notícia e é também uma feliz confirmação de algo que já esperávamos há muito tempo em Portugal, porque as nossas 20 dioceses há muito tempo têm este sonho de ver uma Jornada Mundial da Juventude em Portugal, como será em Lisboa”, disse D. Manuel Clemente à Agência Ecclesia e à Renascença.
Para o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, a realização da JMJ em Lisboa sinaliza também “um grande dinamismo” da juventude católica que, “de ano para ano, manifesta ainda mais o gosto de ter um acontecimento destes”.
D. Manuel Clemente convidou “jovens de todo o mundo” a participarem na JMJ de 2022, especialmente aqueles estão ligados a Portugal “pela história e pela tradição”, nomeadamente “das Igrejas africanas de expressão portuguesa e não só”. “Toda a gente lá vai estar com gosto e empenho e vamos fazer todo o possível para que corra de uma maneira fabulosa. Tão fabulosa como foi esta feliz notícia que o papa Francisco nos acaba de dar: Lisboa, 2022, Jornada Mundial da Juventude”, concluiu o cardeal-patriarca.
O cardeal-patriarca de Lisboa partiu na segunda-feira para o Panamá e antes da partida confirmou que a Igreja Portuguesa apresentou candidatura para receber a JMJ de 2022.
O presidente da República afirmou que a decisão do papa de convocar a JMJ para Lisboa é uma “vitória de Portugal”, da “língua portuguesa e da lusofonia, confirmando desde já a sua presença. “Estou muito feliz, estamos muito felizes. Valeu a pena! Lá estaremos em 2022”, disse Marcelo Rebelo de Sousa numa declaração para a Agência Ecclesia e a Renascença.
O presidente da República considera que a realização da JMJ em 2022 em Lisboa é uma “vitória de Portugal, do povo católico português, vitória da Igreja Católica, vitória também do episcopado”, dirigindo uma palavra a D. Manuel Clemente que “tanto lutou por isto.
Marcelo Rebelo de Sousa disse também que o anúncio da JMJ em Portugal é uma “vitória da língua portuguesa e da lusofonia”.
“Na discussão do Vaticano, um ponto essencial era a abertura à África, continente onde nunca houve estas jornadas”, considerou o chefe de Estado de Portugal.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, Portugal é o país que constitui a “melhor plataforma giratória para todos os continentes e sobretudo para a África”, possibilitando a participação de “muitos peregrinos, muitos jovens”. “Isso foi um argumento decisivo”, afirmou o presidente da República Portuguesa.
“Conseguimos! Conseguimos, Portugal, Lisboa! Esperávamos, desejávamos, conseguimos”, festejou Marcelo Rebelo de Sousa.
Marcelo Rebelo de Sousa está no Panamá desde o dia 25 de janeiro para participar na Jornada Mundial da Juventude que hoje terminaram com a missa conclusiva, onde o papa Francisco anunciou que a próxima edição do maior evento católico juvenil vai decorrer em Portugal, em 2022.
O bispo do Algarve já ontem tinha considerado, na eucaristia do Dia Diocesano do Catequista, a que presidiu em São Brás de Alportel, que a confirmar-se a possibilidade de a JMJ de 2022 se realizar em Portugal seria “muito bom” e “marcante” para a Igreja portuguesa.
“Vai ser muito bom para nós, para toda a Igreja em Portugal e para os jovens, sobretudo. Vai ser uma experiência muito bonita e muito gratificante. Ainda que nos possa dar trabalho, mas podeis crer que será algo marcante para a nossa vida”, afirmou.
Cada JMJ realiza-se, anualmente, a nível local (diocesano) no Domingo de Ramos, alternando com um encontro internacional a cada dois ou três anos, numa grande cidade: em 1987, Buenos Aires (Argentina); em 1989, Santiago de Compostela (Espanha); em 1991, Czestochowa (Polónia); em 1993 em Denver (EUA); em 1995, Manila (Filipinas); em 1997, Paris (França); em 2000, Roma (Itália); em 2002, Toronto (Canadá); em 2005, Colónia (Alemanha); em 2008, Sidney (Austrália); em 2011, Madrid (Espanha); Rio de Janeiro (Brasil), em 2013; Cracóvia (Polónia), em 2016; e Cidade do Panamá, em 2019.
com Ecclesia