No comício de terça-feira à noite, em Faro, Francisco Louçã criticou a forma como PSD, PS e CDS-PP têm conduzido uma campanha totalmente virada “para o umbigo”, sem nenhuma “atenção aos problemas do país”.
“Esta rotina rapidíssima, esta viragem permanente só tem uma explicação: fogem como o diabo da cruz da possibilidade das pessoas lerem conhecerem, perguntarem, exigirem, saberem [as suas propostas]”.
Segundo o líder do Bloco de Esquerda, o PSD escolheu o caminho de “falar dos seus adversários a partir de etiquetas”, numa “evocação de uma câmara de horrores”, recordando o facto de sociais-democratas terem chamado a José Sócrates Hitler, Saddam Hussein e Drácula.
“De outro lado, encontramos uma demonstração de prosápia, que chega a ser comovente, e eu que sou muito emotivo gosto de ver um partido que tem tal amor ao seu presidente que todas as intervenções que se fazem é: quando é que o presidente vai ser primeiro-ministro?”, disse, em tom jocoso.
Louçã garante que não é nenhum destes caminhos tomados por PSD e CDS-PP que o surpreende mas sim uma “forma de fazer política totalmente vazia”.
Houve ainda tempo para as críticas ao Governo de José Sócrates pelas dúvidas sobre o aumento de impostos recorrentes da redução da TSU.
“O PS tem o Eng. Sócrates a dizer, em Viseu, que a alteração da Segurança Social é poucochinho e tem, no mesmo dia, Teixeira dos Santos em Nova Iorque a dizer: cumprimos aquilo que nos comprometemos, que é muito”, recordou.
O líder do Bloco antecipou uma explicação: “na distância do Atlântico, poucochinho em Viseu é muito em Nova Iorque, nós sabemos que é assim, os americanos são uns exagerados”.
“Duas semanas depois, José Sócrates já fez traduzir para português o memorando para o Banco Central Europeu mas, que pena, não conseguiu traduzir o outro memorando, o segundo, que é dirigido ao FMI e é anexo da carta de intenções. Não conseguiu, foi um problema técnico. O inglês técnico tem destas coisas”, ironizou.
Lusa