
Macário Correia lamentou ontem que o seu ciclo de vida como autarca termine de forma injusta e ingrata, sem ter perdido eleições e sem estar concluído o processo que o condenou a perda de mandato.
O ainda presidente da Câmara Municipal de Faro, que hoje cessa funções, apresentou ontem cumprimentos de despedida numa nota pública em que expressa o seu descontentamento pelo facto de a Justiça não ter funcionado no caso em que foi condenado e que ainda não teve um desfecho.
“E passaram cinco anos, sem decisão final, a qual já não terá sequer lugar, pois o mandato autárquico em causa já terminou. É esta a infeliz maneira como a Justiça, em certos casos não funciona. Contradiz-se, enrola, enleia e não decide em tempo útil”, lê-se na nota divulgada ontem.
Ao cessar funções como presidente de Câmara, Macário Correia perde também a presidência da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e cerca de uma dezena de representações oficiais, no Algarve, em Lisboa e em Bruxelas.
Reiterando que o processo lhe foi movido “por ajudar pessoas humildes” não chegou ao fim, Macário Correia criticou ainda as “sucessivas decisões contraditórias” proferidas por juízes “uns contra os outros”, fazendo das leis “opiniões meramente pessoais ou de forma”, sem analisarem a questão em si.
“Termina este meu ciclo de vida, do modo mais injusto e ingrato: não perdi eleições, não foi concluído o processo judicial quanto ao mandato, nem eu voltei as costas aos farenses e a todas as minhas outras responsabilidades. Nem estava impedido legalmente de me sujeitar ao juízo dos eleitores”, sublinhou.
Com a saída de Macário Correia – que será substituído pelo seu vice-presidente, Rogério Bacalhau -, sai também mais de metade da sua equipa com responsabilidades políticas na autarquia.
Para o ainda autarca, a avaliação do trabalho da sua equipa na Câmara Municipal, esteve, em parte, presente, nas decisões do eleitorado no dia das eleições, que conduziram à vitória o candidato da coligação “Juntos por Faro” (PSD/CDS-PP/PPM/MPT) e vice-presidente de Macário Correia nos últimos quatro anos.
“Respeitamos quem se segue, não nos cabendo fazer qualquer juízo ou comentário futuro sobre as diferentes opções que se venham a colocar na abordagem dos problemas de Faro”, concluiu.