Projeto_aquacultura_ualg_marrocosA Agência Nacional para o Desenvolvimento da Aquacultura (ANDA) de Marrocos e a Universidade do Algarve (UALg) estão a estudar parcerias para a produção de pescado em aquacultura, setor ainda pouco desenvolvido naquele país, disse a diretora da agência.

Segundo Maarouf Majida, a aposta é conseguir aumentar exponencialmente a atual produção anual marroquina de 700 toneladas de pescado em aquacultura, razão que fundamenta a sua visita de dois dias ao Algarve, cujo objetivo principal é recolher informações e promover projetos conjuntos ao nível empresarial e da investigação científica.

No ano de 2014, a produção portuguesa de pescado em aquacultura ultrapassou as 10.000 toneladas, mas mais importante do que a quantidade produzida é a diferenciação, com a aposta na produção de novas espécies – como a corvina, a ostra ou o esturjão -, considerou o diretor do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da UAlg, Tiago Magalhães.

Aqueles responsáveis falavam aos jornalistas à margem do arranque de uma visita de dois dias de uma delegação marroquina ao Algarve, que se realizou no segunda e terça-feira e que se iniciou com uma sessão na Universidade do Algarve que incluiu contactos com empresas portuguesas de produção em aquacultura.

De acordo com a diretora da ANDA, o mercado interno marroquino consome muito peixe, tal como o português, e o facto de haver uma universidade na região especializada nas ciências do mar é uma “mais-valia” para estabelecer futuras parcerias e para a transferência de conhecimento.

Para o diretor do CCMAR, Tiago Magalhães, esta é uma oportunidade que Portugal não deve perder, uma vez que Marrocos é um país com “muita gente disposta a investir” e existem muitos negócios que podem desenvolver-se em torno da aquacultura.

“O problema da sustentabilidade vai obrigar a desenvolver a aquacultura”, considerou aquele responsável, observando que não é possível que o mercado, devido à elevada procura, continue a depender apenas das espécies que existem no meio selvagem.

Em Portugal, a principal espécie produzida em aquacultura é o pregado (em 2014 foram produzidas 3.588 toneladas), seguido da amêijoa, mexilhão, ostra, dourada, truta, robalo e linguado.

A comitiva marroquina que visitou o Algarve – e que incluiu também um representante da embaixada de Marrocos em Portugal -, dedicou a terça-feira a visitar produtores de aquacultura na região.

A visita foi também acompanhada pelo diretor do Centro Regional para a Inovação do Algarve (CRIA) da UAlg e pelo cônsul honorário do Reino de Marrocos no Algarve.

com Lusa