Ana Patrícia Mendes, chefe escuteira do Agrupamento 159 – Portimão, foi condecorada pela Junta Nacional do Corpo Nacional de Escutas (CNE) no último fim de semana por ter salvo no último verão uma criança vítima de afogamento numa piscina.

Aquela dirigente recebeu a Medalha de Heroísmo “pela sua coragem e prontidão para com o próximo” que lhe foi entregue pelo chefe nacional do CNE no passado domingo, 15 de dezembro, na cerimónia nacional de partilha da ‘Luz da Paz de Belém que decorreu no Portimão Arena.

Ivo Faria realçou que Ana Patrícia Mendes “foi capaz de devolver aquela criança à sua família”. “Se calhar, neste gesto tão simples tornou-se família daquela criança e família daquela família, tornou-se uma segunda mãe que ajudou a renascer aquela criança estrangeira que estava aqui no Algarve”, prosseguiu.


No sábado, a Junta Nacional do CNE cumpriu a primeira parte da homenagem com a entrega do diploma de condecoração no final da Eucaristia que teve lugar na igreja matriz de Portimão. No dia seguinte, aquela entidade, pela voz do chefe nacional, quis reconhecer o seu “gesto fraterno, de desprendimento e de enorme generosidade”. “Este ato heróico reflete o compromisso incansável de um dirigente escutista com o próximo, reafirmando os valores fundamentais do Escutismo. A prontidão, a coragem e o espírito de serviço da dirigente Patrícia são um exemplo vivo da missão de «estar sempre alerta para servir», lembrando-nos que, em qualquer situação, podemos fazer a diferença na vida dos outros”, referiu o CNE.


Ao Folha do Domingo, Ana Patrícia Mendes explicou que em agosto se encontrava a participar no acampamento de avaliação de final de ano do Setor da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve, organismo do qual também faz parte, quando tudo aconteceu. “Estávamos à beira da piscina quando uma criança foi alertar o nadador-salvador de que estava no fundo um outro menino. Fui para a escada, esperei que ele o retirasse da piscina e iniciei logo as manobras de reanimação”, contou aquela jovem enfermeira, explicando que a criança coreana de 9 anos recuperou os sentidos.
“Entretanto chegou o pai aflito e uma colega minha e, felizmente, o menino começou a recuperar. O INEM depois chegou e ele já foi acordado para o hospital”, lembra Ana Patrícia, considerando que não fora o menino que avisou o nadador-salvador e, “provavelmente, o desfecho não tinha sido bom”. Determinante foi também a sua intervenção técnica que acabou por permitir esse feliz desfecho.