O Curso de Medicina na Universidade do Algarve funciona em regime de pós-graduação e não tem aulas tradicionais, sendo que os dois primeiros anos do curso têm 80 por cento da formação nos centros de saúde locais.
Este modelo de formação em Medicina é inovador em Portugal, sendo que na Europa é seguido apenas em Warwick (Reino Unido), apesar de ser o mais utilizado em universidades dos Estados Unidos como Harvard ou Yale.
O Curso de Medicina no Algarve abriu com 32 alunos e os pré-requisitos eram ter formação numa área relacionada com a Saúde, Odontologia, Veterinária, Farmácia, Fisioterapia, Química, Física, Ciências Biomédicas, Bioquímica e Enfermagem.
Além de uma licenciatura em ciências relacionadas com a Saúde, houve outros critérios preferenciais para a selecção dos candidatos, explicou à agência Lusa José da Ponte, responsável pela criação do Curso de Medicina no Algarve e professor catedrático do King College de Londres.
A diversidade de licenciaturas tem como objectivo formar grupos de trabalho com diferentes valências. A aposta é na produção de "médicos com atitudes diferentes", justificou por seu turno o reitor da Universidade do Algarve, numa entrevista concedida à Lusa, em 2008.
Para o ministro do Ensino Superior, Mariano Gago, este modelo tem a vantagem de responder a um novo paradigma da formação dos médicos. “Hoje, em todo o mundo, generalizou-se a necessidade de termos dois tipos de cursos de Medicina: o curso de Medicina tradicional, de estudantes que terminam o ensino secundário e fazem um curso de Medicina de seis anos, mas em alternativa cursos de Medicina mais curtos, normalmente de três ou quatro anos, destinados a pessoas que tenham tido um primeiro ciclo de formação de outra área”, disse o ministro, na segunda-feira passada.
Actualmente, há nove cursos de Medicina ministrados em Portugal (sete em Portugal Continental e dois ciclos básicos nas Regiões Autónomas).
O Ministério do Ensino Superior abriu este ano lectivo 1 658 vagas (mais 44 do que em 2008) nos cursos de Medicina.