“É uma falsidade inqualificável dizer que não compareci à chamada. Qual chamada? Estive lá”, observa o deputado do PSD, justificando que a não participação na votação na Assembleia da República se deveu ao facto de ela se ter verificado em dia diferente do que seria previsível e a compromissos internacionais.
O projeto de resolução do PCP foi discutido em plenário no dia 2 de setembro e votado na semana seguinte, dia 8.
Para Mendes Bota, o PCP “deveria ter tido a honestidade de referir” a sua presença em Paris “a presidir a uma reunião da Comissão para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens do Conselho da Europa”, dia 8 de setembro, em vez de “insinuar que dei o dito por não dito”.
“Não fugi de nada. Nunca na vida! E não existe, em lado nenhum, qualquer declaração minha, escrita ou falada, que prove que mudei de opinião sobre a questão das portagens. Antes pelo contrário!”, sublinha.
Embora manifestando a sua oposição a que o princípio do utilizador/pagador se estenda à A22, Mendes Bota elogia “a coragem e hombridade” de Pedro Passos Coelho em “vir ao Algarve assumir a sua intenção”.
“E o eleitorado algarvio foi livre na sua escolha”, afirma, sustentando que, com a sua oposição a quem “está em minoria no seu próprio partido (PSD)”, o PCP demonstra que a questão das portagens “é apenas um instrumento para tentar retirar dividendos políticos e que nunca esteve interessado minimamente em criar uma verdadeira plataforma de consenso alargado junto da sociedade algarvia”.
Na passada sexta-feira, a Direção da Organização Regional do Algarve do PCP acusou Mendes Bota de não comparecer “à chamada” para o debate sobre o projeto que seria depois rejeitado em plenário, questionando se “não será este procedimento também uma das formas, das muitas que existem, de dar o dito pelo não dito”.