Segundo Mendes Bota, o setor das Obras Públicas no Algarve está a “desaparecer”, podendo mesmo falir no verão: “Se daqui a três meses e meio não houver obras, são 4000 pessoas que vão para o desemprego, e não tem nada a ver com sazonalidades do turismo, vão para o desemprego por falta de trabalho e por falência das empresas”.
Segundo o deputado do PSD, existem neste momento cerca de 20 empresas locais a operar no setor que correm o risco de falir, também porque neste momento há poucas obras a decorrer na região e algumas, como a reabilitação da EN 125, foram suspensas.
Recorde-se que, em declarações ao ‘FOLHA DO DOMINGO’, Manuel Gonçalves, diretor executivo regional da AECOPS (Associação de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços), afirmou que “se o Governo não criar aqui nenhuma medida que permita que as empresas possam receber, pelo menos, uma grande parte daquilo que são as dívidas das autarquias, prevê-se despedimentos na ordem dos 1600/2000 trabalhadores até ao final do mês de junho”.
Mendes Bota lembra, ainda, que a maior parte destas empresas estão com falta de liquidez por causa das dívidas dos clientes, sobretudo autarquias, “que se elevam a 40 milhões de euros”.
Por outro lado, refere que, só no ano de 2011, 935 trabalhadores perderam o emprego, o que representa uma redução de 40% da massa laboral.
Mendes Bota fez um levantamento do setor no Algarve e enviou, no início do mês, um memorando ao Ministro da Economia e Emprego, Álvaro Santos Pereira, no qual descreve a “dramática” situação do setor no Algarve. “Estamos aqui a ver se um setor inteiro não desaparece, porque ele faz falta.”, termina.