Contactado pela lusa, o responsável reconheceu “aspetos negativos” do atual funcionamento, como a falta de melhor coordenação, mas argumentou que "a coordenação competia ao Turismo de Portugal e por isso não vão penalizar as regiões de turismo”, argumentou Mendes Bota.
O responsável comentava assim o documento de trabalho de uma consultora, divulgado hoje pela Lusa, e que propõe um plano de marketing nacional e um orçamento geral. Atualmente, a definição da promoção regional no exterior é feita com partilha de responsabilidades entre agentes regionais e TP.
As agências regionais de promoção turística definem agora os planos com a participação dos privados, que depois são aprovados pelo TP.
Mendes Bota aproveitou para alertar os agentes regionais de turismo, públicos e privados, que se a proposta for aceite, a consequência será “liquidar a já reduzida autonomia das entidades regionais de turismo e das agências de promoção regionais na promoção externa”.
Também sublinhou que o estudo foi encomendado à consultora internacional Roland Berger, que tem “como um dos principais consultores o antigo ministro da Economia Manuel Pinho”.
Mendes Bota contestou a avaliação de pouca coordenação, que era da “responsabilidade do Governo e do TP”, assim como da desigualdade de desempenho entre regiões, argumentando com as dimensões diferentes que cada uma tem.
“O que está em causa é um atentado, se a intenção do Governo se concretizar, à autonomia regional” porque se concentra o modelo de contratualização da promoção externa no TP.
O líder social-democrata algarvio lembrou que todos os planos, segundo o documento em causa, teria de estar "subordinados à decisão máxima do TP”, o que seria “um retrocesso de um processo mais democrático e mais descentralizado”.
Mendes Bota lembrou que o atual Governo reivindica a descentralização, mas que nas suas ações “promove o concentracionismo mais reacionário” e sugere que seja feita uma monitorização, por entidades independentes, às ações “luxuosas e faustosas” da marca Portugal e que tiveram “ resultados desastrosos que se conhecem”.
A Lusa questionou o Turismo de Portugal e da Associação Nacional das Entidades Regionais de Turismo sobre este tema, mas ainda não teve resposta.
Lusa