O deputado social democrata Mendes Bota reivindicou hoje o resgate da concessão da Estrada Nacional (EN) 125, cujas obras estão paradas, pois sem ela o “corredor do Algarve” detalhado no Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas (PETI) está incompleto.
Em declarações à agência Lusa, Mendes Bota afirmou compreender que a requalificação da estrada algarvia tenha ficado de fora do plano, uma vez que não houve resgate ou anulação do atual contrato da Parceria Público Privada (PPP), mas sublinhou que aquela obra preencheria todos os requisitos para figurar no plano.
“Peço ao Governo que no mais curto espaço de tempo promova o resgate desta concessão e conclua as obras previstas”, reivindicou, observando que a obra tem uma “maturidade perfeita” e pode ser concluída a curto prazo, o que aumentaria a eficácia da rede de transportes do Algarve e a competitividade da economia local.
No final de fevereiro, o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, admitiu, em Faro, que o Estado estava a ponderar resgatar a concessão da EN125, à semelhança do que foi feito com a autoestrada do Marão, caso o modelo de concessão com o parceiro privado Rotas do Algarve Litoral não avançasse.
Relativamente ao investimento de 10 milhões de euros previsto para os portos de Faro e Portimão, o deputado duvida que a verba chegue para o efetivo desenvolvimento daquelas estruturas, sobretudo em Portimão, cujas obras incluem a dragagem do túnel de acesso e da bacia de rotação no porto, para que possam ali acostar navios de cruzeiro de maior porte.
“A pergunta é: como fazer tudo isto apenas com 10 milhões de Euros, sob pena de não se atingirem os objetivos a que o próprio plano se propõe? Serão obras, ou ‘obrinhas’?”, questionou, sublinhando que irá pedir esclarecimentos ao Governo sobre aquela situação.
O deputado algarvio lamentou ainda que o Algarve apenas tenha sido contemplado com 2,1% (131 milhões de euros) do investimento total previsto no plano, que corresponde a 6.067 milhões de euros.
“Da contrapartida pública nacional no financiamento desse plano, que atinge os 1.880 milhões de euros, o Algarve apenas receberá 17 milhões, o que representa 0,9% do total. O resto vem da ANA e da Europa”, concluiu.
O PETI 3+, divulgado na terça-feira no Portal do Governo mas cujas linhas gerais já tinham sido apresentadas na semana passada, prevê para o Algarve um investimento de 131 milhões de euros: 66 milhões para o aeroporto, 55 milhões para a linha ferroviária e 10 milhões para os portos de Portimão e Faro.
O documento contempla um conjunto de 59 investimentos prioritários, que envolvem um investimento global de 6.067 milhões de euros, a maioria dos quais nos setores marítimo-portuário e ferroviário.