O bispo do Algarve desafiou hoje, na Missa Cristal a que presidiu na Sé de Faro, os cristãos da diocese a “difundir por toda a parte o bom odor de Cristo”, através de gestos e atitudes que tornem presente no mundo.
“Tal como Jesus é chamado ungido, também nós, seus discípulos, somos chamados ungidos, cristãos, com a missão de difundir por toda a parte o bom odor de Cristo, presente nas nossas vidas, através de gestos e atitudes que tornam Cristo presente no mundo”, afirmou na Eucaristia concelebrada também pelo bispo emérito de São Tomé e Príncipe, D. Manuel António dos Santos, pertence à congregação dos Missionários do Coração de Maria (claretianos), a colaborar com a Igreja do Algarve.
D. Manuel Quintas deteve-se no significado da bênção do óleo dos enfermos e do óleo dos catecúmenos e da consagração do óleo do Crisma, que lembrou assumirem “um relevo primordial em cada Missa Crismal, bem como na vida quotidiana de cada comunidade cristã”, por constatar que “persiste algum desconhecimento ou pelo menos uma evidente hesitação” por parte, sobretudo dos crismandos, em relação à compreensão daqueles óleos.
Considerando ser uma “falha da assimilação de conteúdos que a sua importância litúrgico-sacramental impõe”, o bispo do Algarve disse ser “importante compreender e transmitir o significado simbólico da unção nos diferentes sacramentos”, de modo a crescer-se no seu “apreço como sinal eficaz de salvação da pessoa toda”. “A bênção e a consagração dos óleos em cada missa crismal não pode, por isso, reduzir-se a um rito litúrgico, constituindo uma verdadeira manifestação da comunhão entre o bispo e os seus presbíteros, participantes do único sacerdócio de Cristo, bem como uma oportunidade de renovação da Igreja diocesana, já que estes óleos avivam em todos nós a missão de sermos Igreja, de sermos corpo de Cristo no mundo”, sustentou.
O responsável católico referiu-se ainda concretamente ao sacramento da Santa Unção. “Na nossa pastoral diocesana há ainda um caminho longo a percorrer no que diz respeito à sensibilização das nossas comunidades cristãs para esse sacramento e não o reservar, quase exclusivamente, a um tempo de internamento hospitalar”, constatou.
A celebração ficou ainda marcada pela exortação de D. Manuel Quintas em relação à Pastoral Vocacional. Porque se celebra neste dia a instituição do sacerdócio, o bispo diocesano dirigiu o seu renovado apelo a padres, diáconos e leigos: “Não nos cansemos de rezar e trabalhar pela promoção das vocações ao sacerdócio e à vida consagrada. Não hesitemos em fazer desta opção uma prioridade pessoal e pastoral para cada um de nós e para as nossas comunidades”. “Trata-se de um dever que diz respeito a todos”, alertou.
D. Manuel Quintas desafiou mesmo cada católico a “rezar e fazer propostas diretas a pessoas concretas que apontem para Cristo, aquele que verdadeiramente cativa, atrai, confere o dom da vocação e capacita para o serviço do seu povo”. “Propostas acompanhadas com o testemunho contagiante de uma vida alegre, entregue toda a Cristo e aos irmãos”, especificou.
O bispo do Algarve recordou que a Missa Crismal deste ano ocorreu num “tempo particularmente significativo para a vida de toda Igreja” e, também, para a Igreja algarvia: “Estamos em Ano Jubilar ordinário, vivido sob o lema ‘Peregrinos da Esperança’, esperança que não engana; encontramo-nos igualmente em tempo de aplicação do documento final do Sínodo realizado em duas sessões”.
D. Manuel Quintas quis ainda “dar graças a Deus” pelos primeiros diáconos permanentes da Igreja algarvia que celebraram em fevereiro passado as suas bodas de prata de ordenação diaconal e pelo padre Joaquim Beato que em agosto próximo celebrará 60 anos de sacerdócio. “Recomendo igualmente à vossa oração os 25 anos de ministério episcopal que completarei, querendo Deus, em setembro próximo”, acrescentou, lembrando ainda que o Carmelo algarvio “se prepara para celebrar também o jubileu dos 50 anos de presença” no Algarve com abertura no próximo dia 13 julho. “Durante um ano, as irmãs querem dar graças a Deus, e nós também com elas, pela sua presença no Algarve na nossa Igreja diocesana”, anunciou.
Para além das promessas sacerdotais, a Eucaristia ficou então ainda marcada pela bênção dos óleos dos catecúmenos e enfermos e pela consagração do óleo do Crisma, que serão usados durante o próximo ano na administração dos sacramentos do Batismo, Crisma, Ordem ou Santa Unção, ou na dedicação dos altares ou de novas igrejas.
D. Manuel Quintas referiu que aqueles óleos “atualizarão ao longo de todo o ano o espírito desta Eucaristia”. “Esta Eucaristia ajuda-nos a estar em comunhão com todas as nossas paróquias e, sobretudo, com a vida pastoral que se realiza ao longo do ano e que está presente nestes óleos santos”, sustentou.
