
O Movimento dos Cursos de Cristandade (MCC) assinala este ano o 50º aniversário do primeiro cursilho realizado no Algarve e, no âmbito das comemorações dessa efeméride, realizou no último sábado uma peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Loulé, popularmente evocada como Mãe Soberana.
O primeiro cursilho em Portugal realizou-se em 29 de novembro de 1960 e no Algarve ocorreu a 18 de março de 1964, sendo destinado a homens, ao qual se seguiu o primeiro cursilho de senhoras em abril do ano seguinte.
Ontem à tarde cerca de 120 cursistas do Algarve relembraram essas ocorrências que marcam a história do movimento na diocese algarvia. “São momentos de muita alegria e muito emocionantes para quem vive o movimento a cem por cento. Queremos ver se estes 50 anos poderão servir de rampa de lançamento para outros que possam vir”, explicou ao Folha do Domingo Isilda Delfino, presidente do Secretariado Diocesano do MCC.
Aquela responsável mostra-se confiante face ao futuro do movimento. “Nos últimos cursos tem participado muita gente nova, o que nos dá muita alegria porque as novas gerações ajudam a que se crie «sangue novo». Estamos convencidos de que o movimento não vai arrefecer e vai andar por diante”, testemunhou, lembrando que “os jovens podem atrair outros jovens” por forma a que o movimento possa “rejuvenescer”.
Com núcleos em Alcantarilha, Boliqueime, Faro, Ferreiras, Fuseta, Lagos, Paderne, Tavira e Vila Real de Santo António e, presentemente, em implementação em Sagres, o MCC no Algarve conta com mais de 2000 cursistas, sendo que alguns deles pertencem ainda ao núcleo de Loulé que os responsáveis do movimento desejam ver reaceso porque era “muito forte”.
No balanço deste meio século de presença no Algarve, Isilda Delfino considera que o movimento ajudou bastante a diocese. “A diocese está de parabéns porque já se nota um grupo que dinamiza a diocese. Quando olhamos para as paróquias ou movimentos vemos os cursistas lá empenhados. Qualquer homem ou qualquer mulher que passe por um Curso de Cristandade fica marcado, uma vez que uma das suas principais caraterísticas é fazer nascer em cada ser humano um novo ardor apostólico”, explica, garantindo que a maior parte dos participantes não passam por aquela experiência sem ficarem “convertidos”.
Para assinalar a efeméride foi criada uma Comissão das Comemorações que, em conjunto com o Secretariado do MCC da diocese algarvia, promoveu uma ultreia diocesana já realizada em Tavira, a peregrinação de ontem e deverá preparar uma atividade que ainda não está definida, a realizar nas vésperas do cursilhos deste ano. O curso de homens realizar-se-á de 27 a 30 de março e o curso de senhoras decorrerá de 24 a 27 de abril, sendo o 50º que ocorre no Algarve.
Ontem, a peregrinação que teve início em junto à igreja de São Sebastião, foi presidida pelo padre Rui Guerreiro, assistente diocesano do MCC, e foi constituída por uma caminhada desde o centro cidade até ao cimo da colina que lhe está sobranceira. Ao longo do percurso, os cursistas cantaram, rezaram e realizaram ainda uma via-sacra (acompanhamento espiritual do trajeto que Jesus percorreu até à morte, sepultura e ressurreição, com momentos de meditação e oração ao longo de 15 estações) que teve início na calçada que dá acesso pedonal ao santuário mariano.
Na igreja de Nossa Senhora da Piedade foi celebrada a eucaristia, seguida de um convívio entre os cursistas presentes.
O MCC é um movimento de leigos (não clérigos ou consagrados) da Igreja Católica que propõe uma vivência de vida segundo os fundamentos da fé. Depois da participação num curso ou cursilho (termo adaptado do original espanhol) de três dias e meio, os fiéis são convidados a continuarem a caminhar em grupo, nas comunidades, realizando encontros (ultreias) onde partilham as suas experiências de fé.