“Há cerca de um mês foi declarada a intenção de despedimento coletivo dos trabalhadores da Groundforce no Aeroporto de Faro. Esta abominável situação exigia uma imediata e forte posição pública de repúdio pela Autarquia, mas em vez disso, ficaram calados”, lê-se num comunicado de imprensa enviado hoje à comunicação social.
José Vitorino, ex-autarca de Faro e o líder “Com Faro no Coração”, considera uma “pouca vergonha e escândalo o que se passou na autarquia durante quase um mês, com o PSD e PS fazendo boicote à contestação, silenciando e branqueando os atropelos dos orgãos públicos contra os trabalhadores, abandonando-os numa luta de “David contra Golias”.
“A Câmara e Assembleia Municipal demitiram-se das suas responsabilidades e tornaram-se objetivamente coniventes com a desumanidade e crueldade da administração da Groundforce e dos ministérios do Trabalho e Transportes e suas práticas imorais e de duvidosa legalidade”, lê-se na mesma nota de imprensa.
Segundo José Vitorino foi um “ato bárbaro” e”desrespeitador dos trabalhadores e uma “golpada” da administração acabar com os contratos com as companhias aéreas, para depois avançar com o despedimento coletivo”.
A Groundforce, detida pela TAP que tem como função assistir companhias áreas em terra, anunciou, a 10 de novembro, o encerramento da operação em Faro, no Algarve, e o despedimento coletivo de 336 trabalhadores, como resultado das perdas da empresa, estimadas em 20 milhões de euros só este ano.
A empresa propôs, em novembro, manter os contratos de trabalho das sete mulheres grávidas ou lactantes e de um dos membros dos 15 casais despedidos na escala de Faro, como forma de “diminuir os efeitos do despedimento coletivo”.
O sindicalista Mateus Mendonça explicou à Lusa que "não houve acordo no despedimento coletivo", mas que as propostas da Groundforce vão ser apresentadas individualmente aos trabalhadores (às lactantes, aos casais e aos funcionários em situação de pré-reforma) que, depois, as aceitarão ou não.
Lusa