O MPT/Faro pretende distanciar-se das afirmações "unilaterais" do líder do PSD/Faro, ao afirmar que a coligação "mantém as condições para cumprir o mandato até ao fim", independentemente da decisão do processo da perda de mandato do atual presidente da Câmara.

Em declarações à agência Lusa, o líder do MPT/Faro, Paulo Rosário Dias, afirmou que "não faz sentido manter" a coligação PSD/CDS/MPT/PPM, caso Macário Correia abandone a presidência daquela autarquia antes do final do mandato, "não obstante o mérito e a confiança nos restantes membros do executivo PSD".

"O engenheiro Macário Correia foi o cabeça-de-lista que justificou a coligação e como tal, não se pode menorizar a sua ligação à bem sucedida coligação política, até por uma questão de justiça para com o eleitorado farense", sublinhou.

Paulo Rosário Dias acrescentou que "todos os restantes parceiros de coligação têm uma palavra a dizer", independentemente da reunião dos órgãos do PSD.

As comissões políticas concelhia, distrital e nacional do PSD agendaram para o dia 24 de janeiro uma reunião com Macário Correia.

O processo que envolve a perda de mandato de Macário Correia foi analisado, na sexta-feira, na reunião da comissão política concelhia do PSD, a qual decidiu descartar "qualquer outra solução alternativa, que não seja a de levar o mandato até ao fim".

"Enquanto parceiro da coligação o MPT/Faro vai aguardar serenamente pela posição do presidente da Câmara de Faro, para, posteriormente, ajuizar e decidir", observou.

O presidente da Câmara de Faro, Macário Correia (PSD), foi condenado à perda de mandato pelo Supremo Tribunal Administrativo (STA), em junho 2012, por violações dos planos de urbanismo e ordenamento do território, quando era presidente em Tavira.

O Tribunal Constitucional confirmou a decisão do STA, recusando-se a apreciar as inconstitucionalidades invocadas no recurso apresentado pelo autarca.

Eleito presidente da Câmara de Faro em 2009, Macário Correia deverá ser substituído na presidência por Rogério Bacalhau, atual vice-presidente na autarquia.

Antes, cumprira três mandatos à frente da Câmara de Tavira, onde terão sido cometidas as alegadas ilegalidades que desencadearam uma auditoria e culminaram na condenação do autarca à perda de mandato.

As ilegalidades que lhe são imputadas referem-se a processos de licenciamento de moradias, piscinas e turismo rural durante o seu terceiro e último mandato em Tavira, entre 2005 e 2009.

Lusa