"A apresentação da moeda será um momento importante e carregado de grande simbolismo", disse à agência Lusa o diretor do museu, José Gameiro.
"Será um momento inesquecível, porque, do fundo do rio Arade, a moeda será apresentada [numa encenação] pela própria Faustina, mulher do poderoso imperador Marco Aurélio", contou o responsável.
A moeda foi descoberta no rio Arade em 1970, durante as dragagens para criar uma bacia de rotação para os navios que demandavam o porto de Portimão, situado no estuário do rio Arade.
Exemplar único entre os milhares de moedas encontradas durante os trabalhos, a moeda cunhada entre os anos de 152 e 156 em honra de Faustina Junior, esposa do imperador Marco Aurélio, foi entregue pela então Junta Autónoma dos Portos do Barlavento Algarvio, responsável pelas obras de dragagem, à guarda da Caixa Geral de Depósitos, onde permaneceu até agora.
De acordo com José Gameiro, a devolução da moeda à sua origem, após "um longo processo burocrático, só foi possível porque o Museu de Portimão integra a Rede Portuguesa de Museus, o que lhe confere as condições para alojar um objeto deste valor".
A "Aureus de Faustina" é considerada um importante testemunho da presença romana e será integrada na exposição "Portimão – Território e Identidade".
Para assinalar o quinto aniversário, o museu vai organizar também no sábado uma ‘corrida fotográfica’, entre as 10:00 e as 20:00 horas, e inaugura pelas 15:00 a exposição "Creio", que reúne cerca de 50 peças de arte sacra da Diocese do Algarve.
A mostra inclui peças de diversas paróquias algarvias, abrangendo um período de 500 anos, entre óleos sobre madeira e tela, peças em ouro, prata e marfim, barro policromado, mármore, madeiras estofadas e policromadas, veludo e sedas bordadas, com origens como a Índia, o Japão, a Jordânia ou a Pérsia.
A exposição de arca sacra será inaugurada pelo bispo do Algarve, Manuel Neto Quintas, ficando patente até setembro.
Inaugurado em 17 de maio de 2008, o Museu de Portimão está instalado na antiga fábrica de conservas Feu, na zona ribeirinha da cidade, tendo recebido cerca de 300 mil visitantes ao longo dos cinco anos da sua existência.
Integrado na Rede Portuguesa de Museus, este equipamento cultural distinguido com vários prémios nacionais e internacionais resulta de um investimento de mais de 9,5 milhões de euros e retrata o património histórico, etnográfico e industrial da cidade e região com a exposição permanente "Portimão – Território e Identidade".
Lusa