“Pela Encarnação, Deus quis abraçar, em Jesus, a nossa fragilidade e salvar-nos a partir da nossa natureza, conhecendo os nossos limites, as nossas fragilidades e anseios”. A frase é do bispo do Algarve na Missa de Dia de Natal a que presidiu na Sé de Faro ao final da manhã de hoje.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

D. Manuel Quintas realçou que Deus “quis fazer-se vizinho e próximo de cada um”. “As nossas labutas, fadigas e dores, são as suas labutas, fadigas e dores. As nossas alegrias são as suas alegrias. Os nossos sonhos são os seus sonhos, que com Ele se tornam sempre maiores que os medos”, sustentou, acrescentando que para o “Verbo de Deus” assumir a “condição humana” “não significa deixar de ser quem é, de estar onde está, onde sempre esteve e onde sempre estará”. “Significa, essencialmente, que pela Encarnação, também passa a estar connosco, como Emanuel, que passa a estar com os homens, que nos assume a todos como irmãos”, prosseguiu.

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“Ele veio como luz que desfaz as trevas do mundo, da nossa vida e também aquelas sombrias regiões em que se movimenta a nossa vida, particularmente neste tempo em que vivemos ainda de certa maneira limitados por quanto nos obriga esta pandemia que atravessamos”, afirmou.

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O bispo diocesano acrescentou que o “quadro da Família de Nazaré no Presépio, representado das formas mais sugestivas, rico pela diversidade dos materiais utilizados, onde se alia a sobriedade à criatividade do povo cristão, espelho de realidades culturais muito diversas”, revela um “acontecimento admirável de surpreendente simplicidade”. “É este mistério de amor e de vida – a encarnação do Verbo de Deus – que hoje celebramos”, evidenciou, lembrando que, “hoje, como naquele tempo e em todos os tempos, abunda a sua rejeição”.

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“Este Menino vem revelar-nos, na singeleza e humildade do seu nascimento, que Ele possui o verdadeiro segredo da vida. Por isso pede para ser acolhido, pede que se lhe conceda lugar nos nossos corações, cidades e nas nossas sociedades. Procuremos estar entre os que O acolhem na fé e O recebem na vida. Diante d’Ele ninguém pode ficar indiferente. Esta é a exigência para sermos admitidos à condição de filhos muito amados do Pai”, desenvolveu.

“Que a celebração do Natal nos estimule a realizar em nós e à nossa volta, quanto o seu verdadeiro espírito nos sugere e, mais ainda, quanto ele nos exige e nos indica. Entremos no novo ano decididos a renovar o compromisso de abrir a nossa mente e o nosso coração a Cristo, e a manifestar-lhe a vontade de viver como seus verdadeiros discípulos, testemunhas da alegria e da esperança, tão necessárias no mundo de hoje”, desejou o bispo do Algarve.

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“Espero que a celebração do Natal nos ajude a crescer mais na confiança, esperança, também para enfrentar esta pandemia em que estamos ainda mergulhados. Vamos procurar defender-nos, defender os outros, não nos contagiarmos uns aos outros, mas viver com serenidade e responsabilidade a que já nos habituamos nas nossas celebrações”, pediu.

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D. Manuel Quintas lembrou ainda “todos aqueles que este ano celebraram o Natal privados de tantos que gostavam à mesa e que o ano passado faleceram” e rezou pelas vítimas da Covid-19. “Queremos não só rezar por eles, mas ter presente também todos aqueles que se viram privados da sua presença este ano no Natal e também por todos aqueles que, devido às limitações da pandemia, não lhes foi possível partilhar a alegria da presença de tantos familiares que familiares que era habitual”, explicou.