Os cristãos da Nigéria viveram o Natal de 2011 mais sangrento e trágico, com um ataque bombista orquestrado por uma seita de radicalismo islamita, Boko Haram. Desta vez foi atingida a Igreja católica de S. Teresa, Madalla, nos arredores da capital. Perderam a vida cerca de 40 pessoas. Não é a primeira vez que os cristãos são atacados pela seita extremista islamita. Já no dia 5 de novembro de 2011 morreram pelo menos 65 pessoas no nordeste cidade de Damaturu, num ataque atribuído à mesma seita. O aumento de violência e terrorismo organizado está a pôr em causa a unidade nacional e a democracia na Nigéria. Com 160 milhões de habitantes, o país divide-se entre o Norte, de maioria muçulmana, e o Sul, de maioria cristã. Convivem mais os cristãos e os muçulmanos no centro de pais. É extremamente dramático a experiência que o povo de Nigéria está a viver no dia em que todo o mundo cristão celebrou alegria do Natal.

O Vaticano condenou o acto considerando-o como fruto de um ódio cego e absurdo. O secretário-geral da Nações Unidas, Ban Ki-Moon, também condenou os atendados apresentando as suas condolências às famílias enlutadas. O presidente de Nigéria, Jonathan Goodluck, condenou os ataques bombistas e prometeu a determinação do Governo em "fazer comparecer perante a justiça todos os responsáveis pelos actos de violência de hoje e de todos os que foram perpetrados no passado". O presidente de congresso islâmico de Nigéria, Mallam Abdulraheem Lukman, descreveu o ataque bombista como um acto de ódio contra a humanidade, condenável e totalmente inaceitável por uma sociedade civilizada. O Congresso afirmou que é um acto que não tem qualquer justificação na teologia Islâmica.

Os militantes de Boko Haram veem a civilização Ocidental e a democracia europeia como um sacrilégio e pretendem impor à força um Estado muçulmano na Nigéria.

Quem sofre as consequências do ataque bombistas do Boko Haram são os cristãos e os cidadãos inocentes. É urgente que o Governo de Nigéria tome medidas para travar a violência religiosa crescente e impedir que o país caia numa guerra religiosa.

O combate contra extremismo Islâmico e os seus actos da violência é, para já, o maior desafio dum país que ainda vive a procura da estabilidade político-económica.

Paulinus Anyabuoke
padre nigeriano em trabalho pastoral na Diocese do Algarve