A equipa da Diocese do Algarve da vigararia de Faro para a juventude promoveu na passada sexta-feira uma ‘Noite Pascal’ para os jovens das 15 paróquias dos concelhos de Faro, Olhão e São Brás de Alportel que constituem aquela estrutura.

Com a presença de quase 200 jovens das paróquias da Conceição de Faro, Moncarapacho, Montenegro, Olhão, Quelfes, Santa Bárbara de Nexe, São Brás de Alportel, São Luís, Sé e da comunidade de São Paulo da paróquia de São Pedro de Faro, para além dos anfitriões da Fuseta, a iniciativa teve lugar naquela paróquia com início na igreja matriz e final na praia, à beira da Ria Formosa.

Ao longo da atividade daquela noite, que teve por base o episódio bíblico do encontro dos discípulos com Jesus a caminho de Emaús, os jovens foram sensibilizados para a importância de três aspetos na vida da fé: a comunidade, a Palavra de Deus e a Eucaristia. Isso mesmo o destacou o assistente da equipa vicarial organizadora na Eucaristia a que presidiu para encerrar aquela noite e que recriou os encontros com Jesus no «mar» da Galileia.

“Jovens, amem a Cristo na palavra proclamada; acolham a Cristo no pão da vida; sintam a presença do Ressuscitado na comunidade e levem-n’O para os ambientes onde vivem! Que Cristo possa ir connosco para toda a parte. É esse Cristo que precisamos anunciar para que a Igreja possa renovar-se a partir de Cristo”, pediu o padre António de Freitas a partir da embarcação atracada junto à margem, em cima da qual foi montado o altar para a celebração.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O sacerdote lembrou que “há muitos jovens que precisam de Jesus”. “E como é que Jesus pode chegar a eles se não houver quem O anuncie? É cada um de vocês, jovens, que devem evangelizar os outros jovens. É através de cada um de vocês que Jesus quer chegar à vida dos outros. Jesus pode contar comigo para o propor e anunciar aos outros jovens, para que saboreiem como eu a alegria da fé, do evangelho, do amor de Jesus? Cristo pode contar comigo?”, interrogou na Eucaristia concelebrada pelo padre Samuel Camacho.

“Dizermos que somos cristãos e que nos alegramos de seguir Jesus, prescindindo da comunidade e da Eucaristia, não é um ato de fé da nossa parte, simplesmente pelo facto de que nos falta o essencial para percebermos sempre Cristo ressuscitado na nossa vida. Falta-nos o testemunho da comunidade, falta-nos a palavra proclamada, falta-nos o pão da vida que nos alimenta, falta-nos a oração. E quando nos falta isto é claro que não podemos dizer que somos felizes. Só Cristo ressuscitado nos pode dar uma vida plena e rica de felicidade”, advertiu.

“Não abandonemos a nossa vida comunitária. Não deixemos de nos encontrar com Jesus junto da comunidade cristã onde Ele nos fala e onde Ele se dá no maior ato de amor, que é a Eucaristia, como nosso alimento”, pediu, questionando: “que valor tenho realmente dado à Eucaristia? Que valor tenho dado a minha comunidade cristã?”.

A propósito da envolvente, o sacerdote lembrou ter sido “junto às margens do «mar»” que “os primeiros discípulos foram chamados” e que “os discípulos encontraram o Ressuscitado”. “Hoje fazemos essa experiência de estar com Jesus nas margens deste «mar»”, comparou.

Logo na igreja matriz desejou que aquela noite pudesse servir para “reforçar e renovar” o “gosto”, o “desejo” e a “vontade” de continuarem a “seguir Jesus”, de serem Igreja e membros ativos nas comunidades cristãs. “Mais do que contar convosco, a Igreja também se faz convosco”, referiu, adiantando que aquela primeira parte do encontro serviria para “falar da vida com Jesus”, do “combate” que é necessário ter para não se desistir e “também das alegrias e dos momentos de bênção e graça” que “são dados viver para seguir Jesus”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Ainda no interior da igreja foram apresentados dois testemunhos de duas jovens universitárias. “Raquel Jacob, 24 anos, da paróquia de Quelfes, catequista, escuteira, membro do grupo de jovens e da equipa diocesana do Movimento do Convívios Fraternos e estudante do curso de Medicina, contou ter participada na Jornada Mundial da Juventude de 2016 em Cracóvia, Polónia, e como a marcou uma das intervenções do Papa Francisco no âmbito daquele evento. Aquela jovem explicou que começou a fazer parte da Capelania da Universidade do Algarve (UAlg), realizou o Convívio Fraterno e que se candidatou e foi eleita presidente da Associação Académica daquela academia. “Em fevereiro de 2020 apareceu a pandemia e a partir daí, eu que achava que podia ser uma santa do século XXI, um mês mais tarde estava a olhar para o conjunto dos funcionários a pensar qual deles é que ia despedir e como é que dá para ser santo, tendo que fazer estas coisas. Felizmente, Deus não nos abandona nunca e a Associação Académica continua com os funcionários todos. Fortaleci ainda mais a minha fé com isso”, contou Raquel Jacob, acrescentando que estava a trabalhar na Semana Académica e que este sábado tencionava sair de lá por volta das 7h e estar presente na missa de domingo de manhã na sua paróquia. “Independentemente do que vos aconteça, nunca duvidem do amor de Deus por cada um de vocês”, pediu.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Também Giovana Silva, 21 anos, membro do grupo de jovens da paróquia da Sé de Faro veio há três anos do Brasil estudar para a UAlg. No início, a dificuldade de adaptação levou-a a pensar regressar ao seu país natal, mas explicou que encontrou pessoas que a ajudaram a superar os momentos de maior dificuldade. “A minha relação com Deus, estando fora e vivendo noutro país, longe da minha família, ficou muito mais forte”, contou aquela jovem natural de São Paulo que também acabou por realizar o Convívio Fraterno.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Ao longo da caminhada da igreja até à praia, os jovens fizeram três paragens em casas de particulares para a leitura de passagens evangélicas.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo