
A direção do Conselho Central do Algarve da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) tomou posse a 25 de julho do ano passado, após o ato eleitoral promovido por uma comissão de gestão constituída numa assembleia convocada pelo Conselho Nacional que teve lugar na paróquia das Ferreiras pouco tempo antes.
Tendo constituído a única lista que se apresentou às eleições, a nova direção do Conselho Central, que estava inativo desde 2012, foi então eleita para um mandato de quatro anos. Para além da presidente Fernanda Agapito, fazem ainda parte da direção o vice-presidente Fernando Rocha, a primeira secretária Catarina Pereira, a segunda secretária Manuela Pontes, a tesoureira Maria Nazaré da Luz e as vogais Isabel Santos e Maria Aurora Silva.
No passado domingo, no âmbito da assembleia geral das conferências do Conselho Central do Algarve da SSVP que decorreu em Silves, a presidente disse ao Folha do Domingo que o trabalho está a requerer muita entrega. “É quase recomeçar do zero”, assegurou Fernanda Agapito, sustentando que tem sido preciso dedicar “muito tempo”.
O plano de trabalho para o presente ano pastoral de 2018/2019, apresentado no último domingo, tem como objetivos gerais “consolidar o funcionamento do Conselho Central do Algarve” e o “funcionamento das Conferências”, “redinamizar o encontro e formação dos vicentinos, no seu plano pessoal e vicentino”, “cativar os jovens com vista ao rejuvenescimento da SSVP”, “reforçar as relações com a Igreja”, “promover a colaboração com as instituições locais”.
Os objetivos específicos passam por “assegurar o relacionamento com o Conselho Nacional e servir de ponte entre este e as Conferências”, por “aprofundar o relacionamento com as Conferências”, pelas “visitas às Conferências”, pela “formação pessoal e específica do carisma vicentino dos Vicentinos”, pela “participação de todas as Conferências na Peregrinação a Fátima” (13 a 14 de abril de 2019), por “sensibilizar os jovens para o serviço da caridade fraterna pelo exemplo de Frederico Ozanam e os seus amigos”, por “incentivar o diálogo com a Igreja”, por “intervir na humanização das estruturas socioeconómicas, políticas e sociais” e pela “colaboração com as diferentes instituições, no auxílio aos mais desfavorecidos”.
Aquela responsável explicou que o trabalho de apoio aos mais pobres levado a cabo consiste muito na ajuda para compra de medicação, próteses, cadeiras de rodas, camas articuladas, mobiliário, roupas, calçado, brinquedos, livros, óculos, mas também no pagamento de consultas, rendas de casa, gás e transportes para consultas.
Fernanda Agapito lembrou, no entanto, que “as conferências não têm fundos próprios” e que as verbas de que dispõem são angariadas pelos próprios confrades. Há conferências que têm subscritores, embora sem um valor estipulado de subscrição. Outras promovem peditórios, entre outras atividades de recolha de fundos, e recebem ainda donativos particulares. “Cinco por cento dos donativos recebido pelas conferências reverte para o Conselho Central. Desse valor, 2,5% vai para o Conselho Nacional e desses 2,5% é também destinada uma quota-parte para o Conselho Internacional”, explicou.
A presidente do Conselho Central do Algarve realça que o trabalho das conferências vicentinas não visa a perpetuação assistencialista dos beneficiários. “O nosso trabalho não é tanto dar o saco [de alimentos]. Mais importante é irmos visitar”, afirmou, reconhecendo, no entanto, que para muitos idosos é difícil saírem da situação dependente em que estão. “Há idosos que têm pensões de 280 euros e não conseguem ir ao dentista para pôr uma prótese dentária”, observou.
Fernanda Agapito constata “uma pequena diminuição no pedido de ajudas”. “Acho que a situação está um pouco mais estabilizada”, complementa.
A Sociedade de São Vicente de Paulo, inspirada no santo francês com o mesmo nome que viveu entre 1581 e 1660, foi fundada em Paris no ano de 1833 por um grupo de estudantes liderados pelo beato Frédéric Ozanam, tendo chegado a Portugal em 1859, quando foi criada a primeira conferência, em Lisboa. No Algarve existem presentemente 12 conferências do movimento em Albufeira, Aljezur, Almancil, Ferragudo, Ferreiras, Lagoa, Monchique, Olhão, Quelfes, Silves, Tavira e Vila Real de Santo António.