Na eucaristia de tomada de posse, o prelado começou por “dar graças a Deus” pelo “dom” do pároco cessante, o cónego Carlos César Chantre, que serviu aquelas comunidades ao longo de 25 anos, porque Deus “se serviu dele para derramar os seus dons”.
D. Manuel Quintas congratulou-se com o acolhimento ao novo pároco, classificando-o como “sinal de maturidade na fé e comunhão eclesial” só entendível ao “nível da fé”. “Na Igreja formamos todos a mesma família, não deve haver antagonismos e deve ser com alegria, espírito de fé e de família que acompanhamos aquele que foi nosso pároco e que agora passa a servir outras comunidades. é a fé que nos faz ir para além daquilo que, tantas vezes, a lógica humana vê”, sustentou, congratulando-se com a “partilha” realizada com vista a introduzir o padre Joel na atividade das suas novas paróquias. “Sei que é este o espírito que tem prevalecido e que tem vindo ao de cima desde que foi conhecida esta mudança. Isto também torna mais fácil e mais estimulante a minha missão como bispo desta Igreja diocesana”, complementou, lembrando que “os serviços na Igreja são sinais do amor de Deus e da pessoa de Cristo”
Após a homilia, que tinha sido precedida pela leitura da provisão da nomeação do novo pároco, da sua profissão de fé e juramento de fidelidade a Cristo e á Igreja, da entrega simbólica da chave do sacrário e da assinatura do auto da tomada de posse, seguiu-se a renovação das promessas sacerdotais do novo prior.
A parte mais simbólica da eucaristia teve continuidade com a visita aos lugares mais significativos da igreja para o exercício do ministério do novo pároco: o sacrário, a pia batismal e a cadeira presidencial onde foi convidado a sentar-se
Uma representante das paróquias agradeceu ao pároco cessante em nome dos paroquianos por toda a dedicação e amizade e deu as boas-vindas ao novo prior, manifestando-lhe a disponibilidade para manter-se a colaboração mútua
O padre Joel Teixeira, de 32 anos, agradeceu ao bispo do Algarve pelo apoio ao longo dos seus oito anos de ordenação e ao cónego César Chantre pelo acolhimento. “A maior herança que recebo do padre César é cada um de vós. Vou precisar muito de cada um porque, apesar de já ser padre há oito anos e de ter sido pároco durante seis, são realidades diferentes. Preciso da vossa compreensão, disponibilidade, acolhimento, perdão porque muitas vezes irei errar”, pediu o sacerdote empossado
O padre Joel Teixeira manifestou ainda a sua disposição interior. “Não pedi para vir para aqui. Por isso também não vou pedir, nem para sair, nem para ficar. Quando o senhor bispo o entender, estarei sempre á disposição. Não sou agarrado ás coisas. Chego com alegria e vontade de trabalhar e de fazer com que Jesus seja conhecido e amado. Não trago projetos. O meu único projeto é conhecer-vos e dar-me a conhecer. Enquanto houver uma pessoa que não conheça e que não ame Jesus Cristo, temos trabalho para fazer”, disse
No início da celebração, o cónego César Chantre congratulou-se com esta “tentativa de renovação” da Igreja algarvia e disse sentir, nas últimas semanas, um “crescimento pessoal e espiritual imenso”. “Estou convencido que passo a ser melhor padre, numa tentativa de aproximação a Jesus. Estes gestos têm sido para mim gestos de purificação e de grande alegria espiritual, não obstante a questão humana, ás vezes, prejudicar esse mesmo crescimento”, afirmou
Também o padre Domingos da Costa, nomeado este mês pároco da paróquia de Nossa Senhora do Amparo, em Portimão, pelo bispo do Algarve, assumiu á mesma hora o serviço pastoral naquela comunidade em missa presidida pelo vigário-geral da Diocese do Algarve, o cónego Firmino Ferro, na igreja paroquial
Após a leitura da provisão da nomeação do novo pároco, da sua profissão de fé e juramento de fidelidade a Cristo e á Igreja, da entrega simbólica da chave da igreja e da assinatura do auto da tomada de posse, o vigário geral da Diocese do Algarve evocou na homilia os deveres do pároco
Com base na provisão de nomeação, o cónego Firmino Ferro lembrou o anúncio da palavra de Deus a todos os fiéis, recordando que o prior deve ser o primeiro servidor. O vigário geral, que agradeceu ao pároco cessante, o padre Mário de Sousa, recordou ainda que entre as obrigações do prior está a visita aos mais carenciados
Dirigindo-se aos paroquianos, pediu que recebam o novo pároco “como seu legítimo pastor, auxiliem-no no bom desempenho da sua missão pastoral, concorram com os bens necessários á sua sustentação de modo que possa dedicar-se, com maior liberdade de espírito, ao serviço evangélico da comunidade cristã”
Em mensagem dirigida aos novos paroquianos, o padre Domingos das Costa, jesuíta de 73 anos, explicou que decidiu assumir a nova “pelo amor á Igreja e á Companhia de Jesus, que tem intenção de enviar para o Algarve mais dois sacerdotes, o que, naturalmente, não aconteceria, se a ação da Companhia de Jesus ficasse reduzida á Mexilhoeira Grande”, onde o empossado já é pároco. “Penso que, neste momento, a minha ação na Senhora do Amparo é mais urgente, mais necessária e, sobretudo, mais universal, pelo maior bem que nela se pode fazer: trata-se de uma paróquia maior, com muitos mais jovens e famílias a quem é necessário evangelizar”, afirmou o sacerdote que substituiu o padre Mário de Sousa