Peditório nacional deste ano também teve no Algarve um dos valores mais baixos dos últimos 10 anos

A propósito das dificuldades que a pandemia veio trazer ao trabalho realizado pela Cáritas, o presidente da instituição no Algarve revelou que o ofertório da missa realizado anualmente no terceiro domingo da Quaresma, rendeu “pouco mais de 700 euros” na diocese algarvia no ano de 2021.

No III Encontro Diocesano das Cáritas Paroquiais do Algarve que teve lugar no Centro Paroquial de Loulé no último sábado, Carlos Oliveira disse que a recolha, autorizado pela Conferência Episcopal Portuguesa em todo o país, que no Algarve chegou a render 16.000 euros, costumava contabilizar nos últimos anos entre 10.000 a 12.000 euros. “É certo que tivemos uma pandemia, mas em março de 2021 já havia celebrações de eucaristia”, lembra, consciente de que “algumas comunidades paroquiais sentiram grandes dificuldades financeiras”. “Havia comunidades que já tinham dificuldade em ter dinheiro para pagar a água e a luz”, lamentou.

Aquele dirigente disse ser necessário lembrar no próprio dia os párocos para aquela causa. “No princípio da celebração temos de alertar o pároco de que naquele dia é o ‘Dia Cáritas’ e que, tal como existem duas intenções específicas para juntar na oração universal, também o senhor padre pode avisar que o peditório daquele dia é para a Cáritas”, referiu.

O presidente da Cáritas Diocesana do Algarve informou ainda que o peditório público nacional deste ano, 2022, inserido na semana daquela instituição católica, rendeu na diocese algarvia cerca de 3.000 euros, sendo que deste valor, 50% será para as paróquias que o promoveram.

Nos últimos 10 anos, o peditório nacional rendeu no Algarve entre 2.095 euros, o valor mais baixo (em 2018), e 5.551 euros, o valor mais alto (em 2010). Em 2011 rendeu 3.065 euros, 4.878 euros em 2012, 5.135 euros em 2013, 4.868 euros em 2014, 4.615 euros em 2015, 3.625 euros em 2016, 4.059 euros em 2017 e 5.092 euros em 2019. Em 2020 não se realizou por causa da pandemia.

Carlos Oliveira garantiu que este ano o peditório não foi feito em “localidades de grande monta”, lembrando que a verba obtida é “para a Cáritas Diocesana poder ter capacidade de dar resposta a quem solicita”. “Não só aos nossos beneficiários, mas também aos pedidos das Cáritas Paroquiais”, precisou.

O peditório público nacional decorre anualmente durante a Semana Nacional Cáritas e leva mais de 4 mil voluntários às ruas do país.

A Cáritas Portuguesa é constituída por 20 Cáritas Diocesanas que anualmente respondem a cerca de 120 mil pessoas vulneráveis através de uma resposta social de emergência (alimentação, pagamento de despesas de água luz e habitação), mas, também, através da implementação de programas de empregabilidade e outras formas de inserção social.

III Encontro das Cáritas Paroquiais evidenciou as dificuldades trazidas pela pandemia