
Oito jovens foram hoje detidos por suspeitas de imigração ilegal depois de terem sido intercetados na praia de Monte Gordo, disse à Lusa fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
As autoridades procederam durante a tarde a diligências para “apurar a nacionalidade e as idades” dos oito jovens – transportados para o comando local da Polícia Marítima de Vila Real de Santo António -, que alegam ser marroquinos, mas que não possuem documentos.
Os jovens disseram ser provenientes da cidade de El Jadida, em Marrocos, e que estiveram durante cinco dias no mar até desembarcarem naquela praia.
Em declarações à Lusa, fonte da capitania local adiantou que os jovens foram intercetados “escondidos nas dunas” daquela praia, depois de um alerta de populares, não “aparentando requerer cuidados especiais” e dizendo apenas que tinham fome.
Cerca das 15:00, a Polícia Marítima colocou uma carrinha de transporte de passageiros junto à porta da garagem da capitania do porto de Vila Real de Santo António à guarda do SEF e, poucos minutos depois, os alegados migrantes, todos do sexo masculino e com idades entre os 16 e os 20 anos, entraram um a um no veículo, algemados com bridas de plástico, antes de seguirem sob escolta policial para destino não revelado pelas autoridades, constatou a agência Lusa no local.
A carrinha saiu escoltada por mais dois veículos, um na parte traseira, da Polícia Marítima, e outro na dianteira, pertencente ao SEF, que não esclareceu os jornalistas presentes no local sobre o destino dos oito migrantes.
Previamente, o capitão do porto de Vila Real de Santo António, Rui Vasconcelos de Andrade, disse aos jornalistas, à porta do comando local da Polícia Marítima, que o alerta foi dado às 10:10, por populares, “dando conta de um possível desembarque de migrantes ilegais” na praia de Monte Gordo.
A mesma fonte adiantou que os jovens chegaram à costa portuguesa “numa embarcação de pesca de boca aberta, com seis a sete metros” e fugiram depois para a zona das dunas, onde foram localizados pelos elementos da Polícia Marítima.
“Aparentavam estar em estado normal, tranquilo, e sem necessitar de grandes cuidados, e foram transportados para o Comando local da Polícia Marítima de Vila Real de Santo António para identificação”, afirmou Vasconcelos de Andrade, sublinhando que foi “providenciada alimentação e vestuário, com apoio da Câmara” da cidade algarvia.
A mesma fonte disse ainda que, pelo que foi possível perceber, os jovens “alegadamente não se queriam dirigir a Portugal e queriam deslocar-se para a costa sul de Espanha”, podendo ter a embarcação sido desviada para oeste.
A mesma fonte remeteu mais explicações para o SEF, que está a tentar confirmar a nacionalidade dos jovens e que já terá contactado familiares e recebido cópias de algumas identificações, que apontavam serem mesmo provenientes de Marrocos.
A situação processual dos jovens é de que estão “retidos para identificação” e vão ficar à guarda do SEF até este processo estar concluído.
As instalações do SEF mais próximas de Vila Real de Santo António estão no posto de fronteira entre Portugal e Espanha, de Castro Marim, junto à ponte internacional do Guadiana, e em Faro.
Em dezembro de 2007, as autoridades detetaram um grupo de 19 imigrantes alegadamente provenientes de Marrocos na ria Formosa, junto a Olhão, naquele que foi o primeiro incidente do género registado na costa portuguesa.
com Lusa