Padre_frederico_lemosO sacerdote da Companhia de Jesus (jesuítas) que virá este verão para o Algarve é o padre Frederico Lemos, anunciou na passada sexta-feira o padre Domingos da Costa, sacerdote jesuíta a trabalhar no Algarve desde 1976 que é pároco da Mexilhoeira Grande.

O sacerdote, de 41 anos, que se juntará ao prior da Mexilhoeira Grande e ao padre Luís do Amaral, pároco da paróquia de Nossa Senhora do Amparo de Portimão, foi ordenado padre há um ano, juntamente com o padre algarvio Paulo Duarte.

O padre Frederico Lemos é engenheiro agrónomo, tendo sido aluno do Instituto Superior de Agronomia, profissão que abandonou há cerca de 10 anos para iniciar uma caminhada vocacional que o levaria a fazer-se jesuíta.

Segundo o padre Domingos da Costa, o sacerdote que irá integrar a comunidade jesuíta no Algarve está a acabar os seus estudos em Sagrada Escritura e vem para a diocese algarvia para “para se dedicar à formação com exercícios espirituais, retiros e encontros para leigos [entenda-se, não clérigos ou religiosos]”.

Conforme explicava o padre Domingos da Costa em maio deste ano ao Folha do Domingo, a Companhia de Jesus pretende lançar no Algarve um novo modelo de presença nas paróquias portuguesas, que passará, sobretudo, pela formação de leigos com vista à sua maior corresponsabilização eclesial. Isso mesmo teve oportunidade de explicar o provincial dos jesuítas em Portugal, o padre José Frazão Correia, ao bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, em reunião realizada no passado mês de abril no Paço Episcopal de Faro.

“A Companhia de Jesus quer, de facto, apostar aqui no Algarve”, assegurava o padre Domingos da Costa. “O nosso provincial gostaria que isto tivesse visibilidade a nível da província portuguesa da Companhia de Jesus e até das outras dioceses, que este modelo da nossa presença como Companhia de Jesus nas paróquias pudesse ser piloto para que outras dioceses se empenhassem a sério na formação de leigos”, referia o padre Domingos da Costa, considerando “as paróquias têm de ser «levadas» por leigos”. “Não podemos ter padres a paroquiar cinco, seis ou sete freguesias”, acrescentou, defendendo que a Igreja tem de “encontrar meios, também financeiros”, para que esses leigos possam ter um salário ou, pelo menos, trabalhem nas paróquias “a meio termo”.

Neste sentido, o padre Domingos da Costa confirma agora que “os novos padres jesuítas que virão para o Algarve não tomarão mais paróquias”, mas alargarão a comunidade, até agora constituída apenas por dois membros, pelo que foi já adquirida uma casa em Portimão onde ficará sedeada a comunidade algarvia jesuíta que no próximo ano acolherá mais dois da Companhia de Jesus se a experiência piloto correr como previsto.

O padre Domingos da Costa veio para o Algarve, juntamente com o padre Arsénio da Silva, também jesuíta, falecido em 2012, em 1976. Desde essa altura é pároco da Mexilhoeira Grande, missão à qual juntou, em 2013, a paroquialidade de Nossa Senhora do Amparo em Portimão, de que era pároco o padre Arsénio da Silva.

Já no final de 2010, a Companhia de Jesus tinha enviado para o Algarve o padre Estêvão Jardim para colaborar, provisoriamente, com o padre Arsénio da Silva, colaboração que se manteve até ao final de 2013. Em janeiro de 2014, chegou o padre Luís do Amaral que, desde julho do ano passado, é pároco in solidum das duas paróquias com o padre Domingos da Costa.

A comunidade jesuíta no Algarve tem sido assim composta, desde 1976, por dois sacerdotes. No entanto, a presença da Companhia de Jesus na diocese remota ao século XVI como o comprova, em Faro, o antigo Colégio de Santiago Maior (hoje Teatro Lethes), fundado em 1599, e, em Portimão, a igreja do Colégio dos Jesuítas, fundado em 1660.

O novo modelo de presença da Companhia de Jesus nas paróquias vem ao encontro do projeto pastoral da Diocese do Algarve e da vontade do bispo diocesano que, não raras vezes, tem sublinhado a importância de corresponsabilização dos leigos na vida eclesial.