O padre Manuel Fernandes dos Reis disse hoje ao clero das dioceses do sul que neste Jubileu a esperança é uma “graça especial” “dada pelo Senhor a cada sacerdote em cada Eucaristia”.

O sacerdote da Ordem dos Carmelitas Descalços, que foi um dos conferencistas da atualização anual de bispos, padres e diáconos das dioceses de Algarve, Beja, Évora e Setúbal que está a decorrer em Albufeira, no Hotel Alísios, abordou o tema “Eucaristia: coração da Comunidade e da vida espiritual do Presbítero”.

Aquele especialista em teologia espiritual lembrou que a Eucaristia é o “centro da vida espiritual do sacerdote” e disse que “é preciso aproximar-se de Cristo, na celebração e vivência do mistério de amor que é a Eucaristia, com um coração agradecido”. “Na Eucaristia temos a garantia da renovação diária do seu sacramento de amor pela Igreja e por cada um de nós. Ele dá-nos a comungar o seu amor e nós damos-lhe a comungar o nosso amor. Se Ele é o primeiro a amar-nos, é o primeiro a dever ser amado por nós. Amando-o a Ele em primeiro lugar é que, n’Ele e através d’Ele, podemos, como amor d’Ele, amar a Igreja d’Ele”, sustentou.

O sacerdote carmelita lembrou ser no altar que os sacerdotes “tão amados pelo Senhor” são “chamados a agir em seu nome, repetindo e renovando as suas palavras e os seus gestos”. “O maior proveito espiritual da Eucaristia é pessoal. O maior proveito é invisível, é a graça de crescermos no conhecimento, na experiência, na intercomunicação e comunhão amorosa entre Ele e eu. Esse efeito é que devemos não perder nem desperdiçar porque é com Ele que podemos permanecer unidos ao Senhor no exercício do nosso ministério”, advertiu.

“Nada nos pode separar do amor Cristo comungado real e sacramentalmente cada dia como garantia de que, unidos a Ele, a nossa vida, sob o impulso do seu amor, continuará a ser um serviço de amor a Cristo e à Igreja”, disse ainda.
O orador evidenciou também a adoração eucarística como “gratidão” e “a resposta de amor ao amor” de Jesus. “Se não nos deixarmos amar e enamorar pelo amigo, para conhecermos, estando muitas vezes a sós com Ele, para sabermos que Ele nos ama e que, com a sua graça, podemos e devemos amá-l’O, se isto não é uma experiência real e viva de cada dia, o nosso coração mantém-se muito morno e não experimenta o bem e o benefício diário do pão da palavra, nem do corpo nem do sangue do Senhor, nem da presença viva e ativa do Espírito Santo a animar a nossa vida”, concretizou.

Por outro lado, o padre Manuel Fernandes dos Reis alertou que “quem não vive a amizade da fidelidade do amor de Cristo não tem luz nem fogo para poder atrair outros para se deixarem amar e enamorar pelo amor de Cristo”.
Os bispos, padres e diáconos das dioceses de Algarve, Beja, Évora e Setúbal estão a participar desde segunda-feira em Albufeira, no Hotel Alísios, na sua atualização anual que decorre até amanhã, 16 de janeiro.