O padre Miguel Neto considera que a industria do turismo tem de se preocupar com a ecologia integral e que, para ter “turismo de qualidade”, é preciso “preservar recursos naturais”.

“Se queremos continuar a ter turismo e, sobretudo, turismo de qualidade, temos de preservar recursos naturais, qualidade de vida e o património deixado pelos nossos antepassados”, realçou ontem o diretor da Pastoral do Turismo – Portugal (PTP), na sessão de abertura das V Jornadas Nacionais daquele setor.

“A Caminho de uma pastoral Laudato Si” é o tema do evento iniciado ontem, no Seminário Maior de Coimbra, que decorre até amanhã com a participação também do bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, vogal da Comissão da Pastoral Social e Mobilidade Humana da Conferência Episcopal Portuguesa.

Para o sacerdote da Diocese do Algarve, “a Pastoral do Turismo não é apenas o turista e o que ele faz, mas tem de ser virada para todos os que tem uma ligação a esta indústria”.

“Preocupa-me que não se compreenda a questão da ecologia integral nesta dimensão, ou seja, respeitar o outro e o diálogo intercultural, respeitar os trabalhadores, respeitar a natureza e a identidade de cada um”, acrescentou.

O diretor da PTP referiu que os que trabalham este setor da pastoral da Igreja Católica não devem estar “somente virados para os crentes, mas para todos, inclusive para os que buscam uma espiritualidade”.

“A Pastoral do turismo pode e deve ser a porta de entrada para a fé cristã, um caminho para o primeiro anúncio da fé cristã”, sublinhou.

O padre Miguel Neto valorizou a promoção do “trabalho com todos, criando redes” e fomentando o diálogo com “dioceses, entidades governamentais e outras”.

O padre Miguel Neto lembrou a realização das últimas jornadas do género, em outubro de 2019, quando se vivia “o melhor ano de Turismo da década”, a que se seguiu o isolamento provocado pela pandemia, “sem saber muito bem como manter viva a maior indústria deste país”.

O diretor da PTP referiu-se ao trabalho da nova direção deste organismo da Conferência Episcopal Portuguesa, que começou por “voltar o seu foco para a defesa dos postos de trabalho, da dignidade dos trabalhadores, dos hoteleiros e agentes do Turismo”, por causa das consequências da pandemia, tendo promovido depois a renovação institucional deste organismo e o relacionamento institucional e eclesial, dentro de fronteiras e internacionalmente.

com Agência Ecclesia