O Dia Diocesano do Catequista, promovido no último sábado pela Diocese do Algarve, através do seu Sector da Catequese da Infância e Adolescência, deixou um forte apelo a uma “catequese missionária” pela qual os jovens possam ser “incorporados na vida ativa da paróquia”.
A exortação foi deixada pelo padre Paulinus Anyabuoke na sua reflexão sobre o tema “Igreja em Missão” no encontro que decorreu no salão da Santa Casa da Misericórdia em São Brás de Alportel com a participação de cerca de 300 catequistas de todo o Algarve.
O sacerdote nigeriano da Congregação do Espírito Santo (espiritano) – este ano regressado ao Algarve para trabalhar nas paróquias de São Brás de Alportel e Santa Catarina da Fonte do Bispo – realçou que “muitos jovens encontram no voluntariado missionário uma forma para servir os mais pequenos” e que “a missão do voluntariado, tal como toda a obra missionária da Igreja, além do anúncio do evangelho promove o desenvolvimento humano”.
Na sua intervenção – em que começou por enumerar os documentos da Igreja referentes ao tema da missão – o orador afirmou que o presente Ano Missionário (outubro de 2018 a outubro de 2019) convida a “fazer perpassar a formação missionária” a toda a catequese, bem como às escolas de leigos, seminários e faculdades de teologia, lembrando que “a catequese faz parte do conjunto dos esforços da Igreja para fazer discípulos missionários e nunca pode ser dissociada do conjunto das atividades pastorais e missionárias da Igreja”.
“A catequese oferece um momento de evangelização que tem que ser bem aproveitado e ajuda os jovens, crianças e adultos a serem verdadeiros discípulos missionários. Temos que ter em conta este objetivo e procuremos alcançá-lo”, pediu, salvaguardando que a catequese visa o “encontro pessoal” com Jesus. “Ajudemos os nossos jovens a ter um encontro pessoal com o Senhor Jesus Cristo. Eles devem encontrar em Cristo um verdadeiro amigo que os acolhe com amor e ternura”, exortou, lembrando que esse encontro com Jesus acontece “na eucaristia, na escuta atenta à sua palavra e na oração” e também no testemunho dos catequistas.
“Se nós rezamos, os nossos catequizandos são capazes também aprender a rezar, se participamos na eucaristia também são capazes de nos imitar nesse caminho”, observou, acrescentando que “mais do que um mestre que transmite saberes”, o catequista “deve considerar-se um guia espiritual que acompanha no caminho do Senhor” os seus catequizandos, como afirmam os bispos portugueses na carta pastoral ‘Catequese: A alegria do encontro com Jesus Cristo’.
O sacerdote lembrou que “a missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações” e que “todos os cristãos são responsáveis por atividades missionárias”, considerando que “a evangelização missionária constitui o primeiro serviço que a Igreja pode prestar ao homem e à humanidade inteira”.
O padre Paulinus Anyabuoke, que traçou o diagnóstico das principais resistências da sociedade atual ao anúncio do evangelho, destacou que, “por estas e outras razões há necessidade de verdadeiras testemunhas de Jesus Cristo, sobretudo nos meios humanos onde o silêncio da fé é mais amplo e profundo”. “Nunca como hoje o testemunho foi urgente. É preciso mostrar claramente que existe no Cristianismo uma capacidade profunda de transformar os homens e a sociedade para que a Igreja não seja esvaziada por muitos contemporâneos nossos, transformado num simples sistema ou numa qualquer ideologia entre outras, incapazes de salvar radicalmente o homem e a sociedade”, concluiu.