FOI um dilúvio de palavras pronunciadas, escritas, radiodifundidas e televisivas que correram por todo o país. Mas nem por isso mereceram, na sua maioria, qualquer benefício aos auditores. No entanto, recolhi uma mão, cheia de nada e algumas cheias de tudo, estas últimas que vão no meu apreço, e que poderão ou não agradar. Mas foram as que eu bem entendi rebuscar nesta minha Cumplicidade, para com os Leitores.
1) Até ao Fim
Reportagem que Antena! – Algarve, mandou para o ar, num trabalho radiofónico sobre os doentes ontológicas em fase terminal no Algarve, assinado por uma jovem jornalista, que apoiada por uma equipa do Hospital Central de Faro, em voluntariado, tem produzido um trabalho aos que sofrendo, são acompanhados nos seus lares e pelos familiares mais próximos, em circunstâncias do maior humanismo que um doente, também, mais carente, deve ser acarinhado.
Aquela mãe que foi resistindo à morte, querendo ver o filho, muito longe, por terras estranhas, vindo, pela persuasão do grupo de assistentes voluntárias. Chegado o filho, a mãe, num suspiro, deu graças às Mulheres que partilharam esse momento único. Abalando para a Eternidade.
2) Os Algarvios Solidários
No Algarve há 74 Instituições que recebem bens para entregarem a cerca de 15 mil pessoas que passam fome. 190 toneladas recolhidas, a 27 /28 de Novembro/2010, pelos espaços comerciais do Algarve . Também o n.º de voluntários aumentou, neste fim de 2010.
Tantos grupos solidários se entregaram para o fim a atingir: apoiar… apoiar; Igreja e núcleos diversos entregaram-se à tarefa solidária.
3) A Cultura Com Lídia Jorge em Honoris Causa
Em Maio de 2010, encontrei-me, no Centro Cultural de Belém, com a escritora do “Dia dos Prodígios”, ambos convidados (entre outras figuras da cultura algarvia) para assistir em homenagem à cultura portuguesa, pelo Papa Bento XVI.
Neste fim de ano de 2010, quando se comemorava os 30 anos da criação da Universidade do Algarve e o mesmo tempo da publicação do primeiro livro da escritora das terras do Algarve, foi mais um acto importante no nosso viver em cultura e ciência.
Lídia, nessa tarde de Dezembro, defendeu um rumo necessário ao desenvolvimento do conhecimento, afirmando: Não desistam de promover, caso a caso, o Bom Acaso.
4) O Cardeal da Palavra Democrática
D. José Policarpo, o Cardeal Patriarca de Lisboa, veio a 26 de Dezembro, “D.N.”, em declarações públicas, assumindo a postura de homem do tempo actual e interveniente, nas declarações universais. Afirma que um Muçulmano não faz o mesmo que um católico: pôr questões acerca da sua fé. Ainda o Cardeal, vem pedagogo: No Ocidente, perdemos muito o valor do símbolo, talvez devido à exactidão da ciência e da técnica e ao pragmatismo que invadiu a nossa cultura. Hoje, só os poetas são que ainda se vão safando com a simbólica…
O Cardeal admite ser um admirador do escritor (falecido e prémio Nóbel), José Saramago: É um autor raro, porque introduziu um estilo e lê-se com muito agrado. Aliava muito bem a objectividade da investigação histórica à ousadia do estilo. Há quem não aprecie. Mas eu gosto de José Saramago.
Não deixam de ser palavras sábias, quando o Cardeal Policarpo não se excusa, naturalmente, como homem que conhece os homens, afirmando: Quando tomamos posição política concreta, há vozes a denunciar-nos e outras a aplaudir-nos.
5) O menino Ibai recebe “Vida” do Menino português
O garoto espanhol, Ibai Uriarte, vai entrar, em 2011, com uma vida repartida de outro garoto, da terra Lusa, cujos familiares decidiram doar alguns órgãos do menino português, falecido, ao menino que iria morrer, em terras de Espanha.
Ibai, tinha morte anunciada, um temor maligno, desde a sua gestão, era devorador…Entrou num hospital de Madrid para o tratamento para a continuidade de vida. De Espanha veio a palavra: Dios es grande, Gracias, Niño de Portugal! Foi a palavra chegada, entre nós, para a Família portuguesa, não identificada.
6) Dilma “Declara Guerra à pobreza”
Do mais populoso país da América do Sul e, também geográfico, maior do mesmo continente, o Brasil, esta filha de um emigrante búlgaro de nome Rousseff, que se radicou na terra de Santa Cruz, veio em esperança, sendo a primeira mulher eleita presidente do Brasil, em palavras que não se podem perder, em promessa da irradiação da fome.
O Brasil o maior país católico da América do Sul, vem nessa palavra desejada, para 2011. Assim seja!