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© Samuel Mendonça

Nomeado pelo bispo do Algarve, o padre José Joaquim Campôa tomou posse no último domingo como pároco de Quarteira, substituindo o padre Elísio Dias, de 83 anos, que esteve 45 anos à frente daquela comunidade paroquial e agora ficou aposentado.

Na eucaristia, que teve início com a leitura da provisão de nomeação e com a profissão de fé e juramento de fidelidade a Cristo e à Igreja do novo prior, D. Manuel Quintas começou por esclarecer que a expressão “tomada de posse” não é a correta. “O pároco não vai tomar posse de nada. A paróquia é que vai tomar posse dele”, explicou o prelado, considerando que aquela “passagem de testemunho” é o “início de um serviço, de um ministério”. “Na Igreja não somos donos de nada, nem de ninguém. Não tomamos posse de nada. Cristo é que toma posse de nós e nós estamos disponíveis para nos servirmos mutuamente como expressão do amor que deve ser o distintivo da nossa condição de discípulos de Cristo dentro da Igreja”, complementou.

O bispo do Algarve, que agradeceu o serviço do pároco cessante, destacou ainda a “expressão da comunhão” que une os cristãos “como Igreja” na qual “uma paróquia entrega a outra aquele que foi o seu pároco durante anos, de maneira serena, pacífica, fraterna”, sentindo-se todos como “membros da mesma família e comunidade”. “Sabemos que estas mudanças são sempre difíceis, a começar por mim. Eu sou o que sofro mais, embora, às vezes, não o demonstre”, confessou D. Manuel Quintas, apontando o essencial. “Não é fácil para ninguém, mas quando há por detrás um espírito de fé, comunhão, serviço, disponibilidade e aceitação, torna-se tudo mais fácil”, considerou na igreja de São Pedro do Mar.

O prelado disse ainda que “a missão de um padre numa paróquia é, fortalecido pela força que brota da cruz de Cristo, ser presença dessa força no meio de todos, particularmente no meio dos que mais sofrem” de “abandono, perda de dignidade humana, de esquecimento, entre outras coisas”.

Depois da homilia, o novo pároco renovou as promessas sacerdotais, tendo-lhe sido feita a entrega simbólica da chave da igreja. A parte mais simbólica da eucaristia teve continuidade com a visita aos lugares mais significativos da igreja para o exercício do ministério do novo pároco: a pia batismal, o sacrário e a cadeira presidencial, onde foi convidado a sentar-se.

No final, o novo pároco, de 54 anos, manifestou a sua intenção aos “queridos paroquianos da paróquia de Quarteira”. “Estou no meio de vós para servir, para caminhar convosco com a ajuda de Deus, a força e a ação do Espírito Santo. Um padre faz a comunidade, mas a comunidade também faz o pároco. Por isso, só unidos e em comunhão fraterna poderemos levar por diante e dar continuidade àquilo que foi criado por este grande homem, o padre Elísio. Vamos dar continuidade ao seu trabalho e caminhar na mesma direção sempre com Cristo no nosso caminho e a força e a ação do Espírito Santo”, afirmou o padre José Joaquim Campôa, acrescentando: “estou aqui com esta alegria interior porque o Senhor me chamou. E se o Senhor me chamou desde o início para ser padre, agora chamou-me para estas terras. É aqui que quero trabalhar, é aqui que vou trabalhar, é aqui que vou estar convosco, é aqui que vamos caminhar”.

A paróquia de Quarteira, que, através de um dos seus membros, deu as boas vindas ao novo prior e se disponibilizou para colaborar, tinha homenageado o padre Elísio Dias no fim de semana anterior.