Desde a primeira fase do combate à Covid-19, as paróquias algarvias têm vindo a incrementar a sua ação sociocaritativa para tentar responder ao aumento da procura de apoio por parte de pessoas que perderam o emprego ou viram os seus rendimentos reduzidos.
Este serviço, na maior parte dos casos, passou a contar com muito menos voluntários, uma vez que a sua maioria faz parte do grupo de risco em caso de infeção pela doença, mas continuou a ser garantido pelos que o puderam continuar a fazer e que desdobraram o número de horas que já ofereciam àquela missão.
Para além do apoio material, sobretudo com alimentos, as paróquias têm também promovido canais de escuta, aconselhamento e acompanhamento, assegurando esta ajuda por diversas vias, quer individualmente, quer a famílias, por telefone, e-mail ou mesmo, nalguns casos, através plataforma Zoom.
A paróquia da Luz de Lagos, com o apoio também de algumas pessoas da Igreja Anglicana, tem ajudado mensalmente 17 famílias.
A paróquia de Santa Maria de Lagos passou a ajudar em média 18 pessoas por mês, na sua maioria em situação de sem-abrigo ou moradores em casas muito degradadas, sem água, sem luz e sem condições sanitárias. Os alimentos doados são comprados pela paróquia ou oferecidos por algumas famílias.
Sob a coordenação da delegação do Banco Alimentar, a paróquia de Odiáxere tem ajudado mensalmente 18 famílias.
A paróquia da Mexilhoeira Grande tem continuado a distribuição de cabazes de géneros alimentícios a famílias pobres e dispensou do pagamento da mensalidade nos meses de abril e maio das cerca de 150 crianças da creche, do infantário e do ATL.
Em Portimão, o refeitório social da paróquia de Nossa Senhora do Amparo serve atualmente 80 a 90 almoços de segunda a sexta-feira. “A média nas semanas anteriores ao estado de emergência encontrava-se entre os 40 e 50 almoços diários”, explica a comunidade que também passou a servir as refeições em regime de ‘take-away’. “A Câmara Municipal e a Junta de Freguesia têm estado em contacto e têm prestado ajuda material e monetária para fazer face ao aumento de beneficiários, muitos dos quais estavam a ser apoiados por outras instituições que tiveram de reduzir ou cessar os serviços”, acrescenta a paróquia.
Na paróquia da matriz de Portimão, os 92 voluntários da Cáritas Paroquial têm prestado assistência com cabazes mensais de alimentos e outras ajudas a 321 famílias, incluindo 152 crianças, tendo havido em abril um acréscimo de mais 108 agregados familiares.
Na cantina social da paróquia têm sido servidas 60 refeições diárias.
Naquela comunidade também os efetivos do Agrupamento 159 de Portimão têm estado, em articulação com a Câmara Municipal e com o Serviço Municipal de Proteção Civil, a distribuir refeições quentes em pontos ou a pessoas indicadas pelo Serviço Municipal de Ação Social, na sua maioria profissionais de saúde que se encontram em isolamento social ou profilático e também a pessoas em quarentena.
O grupo de 24 escuteiros, composto por 12 dirigentes e 12 Caminheiros (escuteiros dos 18 aos 22 anos, pertencentes à IV secção do CNE), distribui diariamente, em média, 24 refeições (almoço, lanche e jantar). As 12 equipas estão escalonadas sobretudo para a distribuição alimentar, mas também realizam outros serviços.
Em Silves, cedo a paróquia organizou um serviço para levar as compras a casa de idosos, doentes, as pessoas de maior risco no caso de infeção da Covid-19, mas também de isolados. A ideia foi da paróquia, mas a iniciativa contou desde a primeira hora com o apoio da Junta de Freguesia que anuiu logo ao pedido da comunidade paroquial para que disponibilizasse uma carrinha para o serviço.
O grupo de jovens da paróquia também promoveu a implementação de uma ‘Caixa Solidária’ local, um projeto que vindo a ser realizado e a crescer em todo o país, para entrega de bens não perecíveis por quem pode doar e recolha por quem necessita dessa ajuda.
Na paróquia do Algoz, os escuteiros do Agrupamento 1293 do CNE também abraçaram a iniciativa da ‘Caixa Solidária’, com o apoio da Junta de Freguesia.
A paróquia de Alcantarilha tem estado a assistir três famílias.
Na paróquia de Albufeira, as respostas sociais em curso prosseguem sob a responsabilidade da conferência da Sociedade de São Vicente de Paulo.
As paróquias de Boliqueime, Ferreiras e Paderne estão a realizar uma recolha de alimentos não perecíveis que serão distribuídos pela Cáritas Paroquial, pela conferência da Sociedade de São Vicente de Paulo e pelo Banco Alimentar paroquial.
Nas paróquias de Loulé, de segunda a sexta-feira das 15h às 16h, o atendimento é feito no Centro Paroquial. Em parceria com o serviço social da Câmara Municipal, as paróquias têm garantido um refeitório social neste tempo de confinamento que tem apoiado aproximadamente 25 famílias.
Em Faro, a paróquia de São Pedro continuou durante o mês de março a fornecer os jantares aos domingos, cuja procura “tem aumentado de uma semana para a outra”, e a fazer as entregas semanais de alimentos às quartas e sextas-feiras. A partir da segunda quinzena de março e até à presente data, além do fornecimento do jantar ao domingo, as entregas de alimentos passaram a ser feitas apenas à quarta-feira, por causa da diminuição do número de voluntários. Dado o encerramento das escolas, a paróquia deixou também de contar com as refeições confecionadas sobejantes das cantinas. O jantar ao domingo passou a ser fornecido em regime de ‘take-away’. O saco, com uma refeição quente para duas pessoas, é ainda composto por duas sandes, fruta, bolachas ou bolo. “Temos entregado cerca de 50 sacos, o que representa refeições para 100 pessoas”, explica a paróquia, acrescentando que “as famílias que beneficiam de alimentos frescos ou confecionados, semanalmente, e de um saco de alimentos secos, mensalmente, são presentemente 66, num total de 168 pessoas”. “Pensamos que este número ficará desatualizado muito brevemente, pois estamos a ter solicitações de diversas proveniências”, complementa.
Na entrega dos alimentos provenientes do Banco Alimentar, a paróquia tem contado com o apoio da Junta de freguesia, com transporte e pessoal.
Na paróquia de Olhão, a conferência da Sociedade de São Vicente de Paulo, que dá apoio a cerca de 50 famílias, só teve mais duas a pedir ajuda o mês passado. Em parceria com a Junta de Freguesia, os voluntários têm distribuído cabazes de alimentos pelos vários agregados familiares.
A pastoral sociocaritativa da paróquia de Quelfes também entregou cabazes de bens alimentícios enriquecidos com mais produtos não perecíveis. A Junta de Freguesia, em colaboração com a paróquia, tem feito a entrega dos mesmos, particularmente aos idosos para que estes não precisem sair das suas casas. Em março foram ajudadas 43 famílias, num total de 124 adultos em idade ativa, 40 crianças e adolescentes e 18 idosos.
O serviço sociocaritativo da paróquia integrou ainda a Rede Social do concelho de Olhão e tem respondido a solicitações da Rede de Emergência Alimentar do Banco Alimentar. Em abril, em colaboração com a Junta de Freguesia de Quelfes foram ajudadas 52 famílias, num total de 139 adultos em idade ativa, 45 crianças e adolescentes e 21 idosos.
Nas paróquias da Luz de Tavira e Santo Estêvão, o grupo de jovens e de outros membros que a ele se associaram, apercebendo-se da “dificuldade de sustentabilidade de muitas famílias”, disponibilizaram-se para uma recolha de alimentos e bens essenciais às segundas, quartas e sextas-feiras das 18h às 20h estarem nas salas de catequese.
Nas paróquias de Tavira, o Agrupamento 100 do CNE tem estado no terreno desde o dia 24 de março, em parceria com a Junta de Freguesia que solicitou a colaboração, a fazer a distribuição de refeições a pessoas que pertencem ao grupo de risco e que, por isso, devem permanecer em casa. Os beneficiários deste serviço são identificados pelo departamento de ação social da Câmara Municipal e encaminhados para a Junta de Freguesia.
Num outro plano, aquelas paróquias também têm estado a angariar verbas para produzir máscaras que se destinam a ser utilizadas no Centro Paroquial de Santa Maria, no Centro de Saúde e por “pessoas que não têm possibilidade de as comprar”.
A paróquia da Conceição de Tavira associou-se ao ‘Movimento Solidário das Cabana e Conceição de Tavira´ para uma recolha diária de alimentos e bens essenciais para os mais necessitados, das 18h às 20h na igreja de Cabanas.