O “toque de alarme” dirigido aos líderes que decidirão as medidas que poderão assegurar o futuro comum do ambiente do planeta teve início por volta das 14h (hora de Lisboa), um pouco por todo o país e também nas igrejas das 80 paróquias algarvias.
Na Sé Catedral de Faro, a igreja-mãe da Diocese do Algarve, os sinos também tocaram 350 vezes, em alusão às 350 partes de CO2 por milhão na atmosfera, valor considerado pelos cientistas como o limite seguro para o planeta e para os seres humanos.
À comunicação social que acompanhou o toque dos sinos da Sé de Faro, o cónego José Pedro Martins, pároco daquela paróquia e vigário episcopal para a pastoral da Diocese do Algarve, explicou que a iniciativa simbólica surgiu no sentido de uma preocupação que “qualquer cidadão, minimamente preocupado com o ambiente e com a degradação da natureza” tem e que o leva a questionar: “para onde é que nós caminhamos?”. “A nível político há medidas que se podem tomar e os políticos estão reunidos em Copenhaga para discutir este assunto que não é consensual para todos, mas deverá ser consensual para todas as pessoas que amam o bem-estar, o ambiente, a preservação da natureza e a saúde”, afirmou o sacerdote, acrescentando que a adesão da Igreja a esta acção prende-se também com a defesa da vida. “Unimo-nos a esta iniciativa porque somos pela qualidade de vida. Como cristãos sabemos bem que a obra criada é para a felicidade do homem e não para a destruição. Se somos pela vida, e toda a espécie de vida, não podíamos deixar de estar ao lado desta preocupação para apoiar medidas que possam defender a vida sobre a terra”, disse.
Na contagem final para a Cimeira de Copenhaga, a CIDSE sublinhou mais uma vez a oportunidade que os líderes mundiais têm de “entrar na história”, por ocasião da maior conferência sobre alterações climáticas desde o Protocolo de Quioto. “Não é possível falhar em Copenhaga, dado que o novo pacto global sobre o clima é o acordo político mais vital que o mundo já viu”, defendeu a rede de Igrejas católicas.
A adesão da Igreja do Algarve à iniciativa que apela a uma acção urgente sobre as alterações climáticas foi decidida na última quarta-feira, durante a reunião do clero algarvio na Casa de Retiros de São Lourenço do Palmeiral, no âmbito da formação mensal realizada a propósito da vivência do Ano Sacerdotal.