Realizou-se ontem, em Pêra, o primeiro encontro de participantes do ‘Curso Alpha’ no Algarve.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A assembleia teve lugar à tarde, na igreja matriz, com a eucaristia presidida pelo bispo do Algarve, seguida de um momento de testemunhos.

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D. Manuel Quintas disse que ele próprio e os párocos do Algarve contam com aqueles cristãos “para contagiar outros” e considerou que “toda a Igreja diocesana fica enriquecida com este modo de ser cristão e de crescer mais no sentido de pertença à diocese, a partir da paróquia de cada um”.

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O bispo diocesano disse ter sido o seu “primeiro contacto” com aquela metodologia de abordagem inicial à fé. “Estou aqui também para beneficiar e para me enriquecer com a vossa experiência e o vosso caminho de fé, com o vosso sentido de procura de resposta a tantas perguntas com incidência muito grande na própria vida”, afirmou, considerando o ‘Curso Alpha’ como umas das propostas válidas para o tempo presente. “São propostas que respondem a anseios profundos que temos de querermos ser melhores cristãos. A primeira coisa que vos quero dizer é manifestar o meu reconhecimento por este movimento ter chegado ao Algarve e ter sido acolhido nestas quatro paróquias”, afirmou.

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O responsável católico realçou ainda que “um dos benefícios deste ‘Curso Alpha’ é o reaproximar muitos novamente da Igreja”. “Caminhemos de maneira mais consciente para o conhecimento da pessoa de Jesus, de quem Ele é para vós, de modo que possamos crescer nessa identificação com Ele e também depois dizer aos outros”, pediu, desafiando cada um dos cerca de 70 participantes a responder à pergunta de Jesus aos discípulos – «E vós, quem dizeis que eu sou?». “Não vamos deixar Jesus sem resposta. Façam favor de hoje não sair desta igreja sem dar resposta. E se não estiverem satisfeitos com a resposta poderão continuar a pensar no regresso a casa”, afirmou.

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O bispo do Algarve disse ainda que gostaria que no próximo ano aquela missa “tivesse mais gente e fosse estendida a mais paróquias”. “Mas vamos com calma e deixemos conduzir-nos pelo Espírito”, sustentou.

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O padre Nelson Rodrigues, pároco de Silves e iniciador dos ‘Cursos Alpha’ no Algarve, considerou estes uma “ferramenta que tem conseguido levar Jesus a tantas vidas e a outros que, já o tendo descoberto, o procuram com outra roupagem”.

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O sacerdote anunciou e apresentou a “equipa de comunhão”, constituída por cinco elementos das paróquias de Monchique, São Luís e Sé de Faro e Silves, que irá ter a missão de “gerar comunhão” entre os participantes do ‘Alpha’ de toda a diocese. “Estas pessoas têm a missão de procurar ao longo do ano criar momentos de comunhão entre os diversos «alphistas» da diocese para caminharem juntos. Não é um cargo, é uma missão. Desempenhem bem essa missão, procurem ajudar a crescer esta ferramenta também na nossa diocese, sabendo que ela é uma entre tantas outras”, referiu.

Aos restantes participantes disse que o bispo do Algarve e os párocos das quatro paróquias promotoras daqueles cursos esperam deles “empenho e compromisso na comunidade cristã”.

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Andreia Inácio, da paróquia de Monchique, assegurou que o ‘Alpha’ foi um percurso mudou a sua vida ou a forma como a encara. “Desde que me conheço por gente que vou à missa, que ouço falar de Jesus. Fiz a catequese, os sacramentos, assumi um compromisso na paróquia, pondo os meus dons à disposição”, testemunhou, acrescentando: “Faltava-me abrir a porta e deixar o Espírito Santo agir sobre mim e que me abraçasse como quem abraça um filho. E quem é que nunca experimentou aquele abraço no momento certo que reconforta, renova e dá vida? Porque é assim que nos sentimos quando frequentamos este curso e renovamos a nossa relação com Jesus. Se sou uma pessoa mais feliz? Sim, sou. O ‘Alpha’ ajudou-me a tomar decisões e renovou a minha relação com o Pai e com os que me rodeiam”.

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Também Cátia Duarte, da paróquia de Silves, contou que o seu “percurso ‘Alpha’ foi transformador”. “Ajudou-me a ultrapassar uma fase muito difícil da minha vida, conheci novas pessoas, aumentei os meus momentos de oração, a procura pela palavra de Deus e depositei a minha confiança em Deus nas alturas difíceis. De pessoa tímida passei a partilhar imenso no tempo de discussão nos grupos e passei de participante a animadora do percurso ‘Alpha’, sempre com o desejo que cada um de vós tenha um percurso ‘Alpha’ tão bom quanto o meu foi”, partilhou.

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Emília Batista, da paróquia de São Luís, que frequentou o curso com o marido assegurou que o mesmo “ajudou à reflexão pessoal, em casal e no grupo”. “Partilhar a vida no grupo de discussão ajudou a tomar consciência da presença e da graça de Deus nas nossas vidas”, acrescentou, contando que a experiência permitiu “sentir a força da oração e a presença do Espírito Santo”. “O ‘Alpha’ ajudou a refrescar a minha fé, a tomar consciência da importância da ação do Espírito Santo. Depois do curso ‘Alpha’ senti uma grande vontade de evangelizar, dar a conhecer este Jesus vivo, mais especificamente aos pais das nossas crianças da catequese”, testemunhou.

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Para além da Assembleia Diocesana – concelebrada também pelo padre Tiago Veríssimo, pároco de Monchique, e participada por elementos das paróquias de Monchique, São Luís e Sé de Faro e Silves e também por pessoas das paróquias de Olhão e de Pêra e do vicariato da Pedra Mourinha, em Portimão, que se associaram àquelas paróquias quando as edições do curso ‘Alpha’ passaram a ser feitas online por causa da pandemia – os participantes dos cursos que estão a decorrer nas paróquias de Monchique e Silves viveram ainda o ‘Dia Alpha’, no Centro Pastoral de Pêra com início logo na manhã de ontem.

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Os ‘Cursos Alpha’ nasceram em 1977 na Holy Trinity Brompton, uma igreja anglicana no centro de Londres, no Reino Unido, para propor as bases da fé cristã ao homem moderno afastado da Igreja e da sua proposta.

Com uma configuração tipicamente de primeiro anúncio, os ‘Cursos Alpha’ estão hoje disseminados por cerca de 170 países e um pouco por todas as denominações cristãs, sobretudo na Igreja Católica.

O curso decorre em dez serões semanais e um fim-de-semana (ou ‘Dia Alpha’), normalmente a meio do percurso, sendo que cada sessão semanal tem a duração de duas horas e assenta em três dimensões: breve refeição, apresentação do tema e discussão. As sessões exploram a base da fé cristã, abordando diferentes temas – como ‘Quem é Jesus?’, ‘Como podemos ter a certeza da nossa fé?’ ou ‘Como é que Deus nos conduz?’ – que são desenvolvidos, em vídeo com recurso a alguns testemunhos ou por um orador presencial, para potenciar a partilha dentro dos grupos de discussão.

‘Cursos Alpha’ têm ajudado quatro paróquias algarvias a promover a primeira abordagem à fé