Festa_grande_mae_soberana_2014 (52)
Foto © Samuel Mendonça

O presidente da Câmara de Loulé anunciou que o município irá “reconfigurar toda uma vasta área da cidade para colocar no centro do seu coração o culto de Nossa Senhora da Piedade”, popularmente conhecida como Mãe Soberana.

Vitor Aleixo, que falava no encontro com a escritora Lídia Jorge que teve lugar no passado domingo na igreja de São Francisco, explicou que o projeto que já existia no tempo do anterior executivo, mas que não tinha sido materializado.

“Vamos reformular toda a circulação viária em torno do convento de Santo António. Vamos abrir novas vias para aceder à cidade de Loulé. Vamos mexer no arco muito antigo e consolidado da cidade e não se tomam decisões destas de ânimo leve, uma vez que elas são sempre perecíveis de poder não ser bem entendidas logo no imediato”, afirmou o autarca, explicando que todo o espaço, desde o convento até ao início da calçada que sobe até ao santuário, será reconfigurado. “Vai ser muito bem arranjado. Vai ser cortado o trânsito automóvel. Naturalmente que circularão apenas viaturas de emergência. Os muros vão ser bem tratados”, adiantou.

“A consciência última dos responsáveis autárquicos assume que podemos fazer ainda mais relativamente à projeção, não só interna mas exterior, aos limites e ao universo daqueles que fazem do culto da Mãe soberana um tema tão superior. É altura de aprofundarmos as nossas raízes e de reatualizarmos os nossos entes identitários mais fortes e, naturalmente, que surge o culto da Mãe Soberana como um deles”, sustentou.

Sobre a proposta da escritora Lídia Jorge para que se criem mais pontos de observação da festa, Vitor Aleixo considerou-a “perfeitamente possível”. O autarca, que prometeu pensar as sugestões da escritora “com muito cuidado e muita prudência”, acrescentou que no âmbito da ideia de incluir música clássica erudita irá desafiar o maestro António Vitorino de Almeida para compor uma peça para a festa.

O presidente referiu-se ainda à criação de um Centro de Estudos Marianos no Convento de Santo António, explicando que esse projeto, que pretende devolver o edifício à sua “vocação original”, será desenvolvido “numa atitude de grande colaboração e disponibilidade com a Igreja, através dos seus organismos próprios”. “A Câmara Municipal de Loulé há muitos anos que tem tido uma relação com o culto da Mãe Soberana e com as autoridades religiosas. Essa relação existiu sempre como uma relação de colaboração e entreajuda”, afirmou, acrescentando que, “apesar de esta ideia ter já algum grau de maturidade, a própria Igreja fará aquilo que entender relativamente ao programa de utilização do edifício”.

O padre Carlos de Aquino, pároco de Loulé, congratulou-se com a criação de um centro “que contenha o património valioso do santuário da Mãe Soberana e sirva a nível cultural e também cristão”.