
O presidente da Câmara de Faro reiterou ontem a sua intenção em denunciar o contrato com a associação que ocupa o antigo parque de campismo da praia de Faro, assegurando que vai submeter novamente a proposta à autarquia.
A proposta da liderança camarária de retirar as 140 caravanas do parque de campismo da praia de Faro e de criar um estacionamento provisório até ao verão foi chumbada na passada semana, com os votos contra do PS e da CDU.
Em comunicado, o presidente da autarquia, Rogério Bacalhau (PSD/CDS/MPT/PPM), refere que mantém a “firme intenção de devolver esta área desafetada do domínio público marítimo à fruição de todos os farenses e visitantes que dela têm sido privados desde há muitos anos” e sublinha que vai novamente submeter a proposta à apreciação da vereação.
Fonte da autarquia disse à Lusa que a proposta “não é para cair” e que voltará a ser apresentada “no primeiro momento em que for oportuno”, assumindo que a desocupação do espaço já não poderá acontecer este verão, apesar da “urgência em recuperar a utilidade pública” do terreno.
A proposta da autarquia mereceu também a contestação da Associação dos Utentes e Amigos do Parque da Praia de Faro, que gere o espaço, ocupado apenas por sócios e que está vedado ao público em geral há 12 anos.
O parque de estacionamento a criar no local do campismo constituiria, segundo a autarquia, uma solução provisória e uma alternativa enquanto decorrem as obras de construção do parque de estacionamento exterior à praia de Faro, que ainda não se iniciaram, passando depois a servir de suporte a atividades náuticas e desportivas.
A vereação do PS justificou o chumbo com o facto de ser necessário encontrar alternativas para as famílias com carências que ali residem, mas entretanto o presidente já disse que vai ser feito um levantamento dos utentes que ali têm a sua única habitação.
A associação de utentes convocou para terça-feira uma conferência de imprensa sobre o assunto.