
O presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo, disse hoje que o Governo deveria equacionar a reversão de privatizações de serviços públicos como os prestados pelos CTT, após a empresa ter anunciado o encerramento de uma estação na cidade.
O encerramento da estação dos CTT da Avenida, em Loulé, é um dos 22 casos de fecho de estações anunciados pela administração dos CTT, mas é o único previsto para o Algarve.
A cidade algarvia conta com outras duas estações, mas mesmo assim o autarca reagiu “negativamente” à possibilidade e considerou que “seria correto terem pedido opinião e consultado a câmara”.
“É verdade que em Loulé a estação que vai ser encetada é uma de três, mas é aquela que é a mais central, a de acesso mais fácil à população que precisa daqueles serviços para tratar da sua vida, é a que tem estacionamento na proximidade e aquela que cobre uma área da cidade importante”, argumentou Vítor Aleixo.
O presidente da Câmara de Loulé também manifestou a sua preocupação pelas duas pessoas que trabalham na estação dos CTT, mas admitiu que “haverá situações neste conjunto das 22 estações dos CTT que vão ser encerradas mais gravosas do ponto de vista do interesse público”.
O autarca disse que estes encerramentos “são as consequências de uma privatização de serviços que nunca deveriam transitar da esfera do Estado para a economia privadas”, porque os critérios adotados passam a ser “de rentabilidade e não critérios do serviço às pessoas”.
“O mal foi feito no momento em que foi decidida a privatização dos Correios em Portugal”, lamentou.
Vítor Aleixo anunciou que vai pedir à administração dos CTT “contactos e explicações sobre estas questões” e defendeu que o “próprio Governo deveria colocar a questão da reversão destas privatizações”.
O autarca lembrou que, “ao longo dos anos, muitas estações dos CTT fecharam no concelho” e recordou a de Boliqueime como “uma das mais gravosas para a população”. Neste caso, alguns serviços passaram para uma mercearia que depois fechou, o que obrigou “a junta de freguesia a negociar com os CTT a oferta de alguns serviços nas suas instalações”, como a distribuição de encomendas.
“E o Estado volta a ter que assegurar esse trabalho”, acrescentou.
Os CTT confirmaram na terça-feira o fecho de 22 lojas no âmbito de um plano de reestruturação anunciado em meados de dezembro passado que, segundo a Comissão de Trabalhadores dos Correios de Portugal, vai afetar 53 postos de trabalho.