O primeiro-ministro António Costa veio no passado sábado ao Algarve inaugurar dois equipamentos na área da proteção civil.
Acompanhado pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, o chefe de governo destacou que os equipamentos resultam de “um excelente exemplo da articulação tripartida entre a Autoridade Nacional, o Município de Loulé e a União Europeia”.
Em Loulé, junto à zona industrial da cidade, a “Cidadela da Segurança e Proteção Civil” fica agora reforçada com a inauguração do Comando Regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve. Com monitorização permanente, 24 horas por dia, 7 dias por semana, este edifício é o centro nevrálgico das operações de emergência, proteção e socorro do Algarve.

Estas instalações contemplam uma inovadora área para gestão de emergências, com capacidade para acolher o nível de decisão e de processamento de informação dos diversos agentes de proteção civil, em situação ou iminência de acidente grave ou catástrofe, proporcionando um efetivo apoio à decisão.
O novo edifício nasce de um projeto mais vasto integrado numa candidatura conjunta da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e dos Municípios de Loulé e Almeirim ao POSEUR, no âmbito do Fundo de Coesão da União Europeia, e significou um investimento de 1 milhão e 250 mil euros (85% financiado pelos fundos europeus e 15% pela autarquia de Loulé).
O Comando Regional junta-se agora à “Cidadela da Segurança e Proteção Civil” onde se encontram outras infraestruturas de âmbito regional. É aqui que nasceu, em 1998, o Heliporto Municipal, no âmbito de uma parceria entre o Município de Loulé e o Serviço Nacional de Bombeiros, e que conta hoje com uma das duas bases de helicópteros em serviço permanente da ANEPC.

É também nesta área que se encontra o edifício de Apoio ao Heliporto de Loulé e à Base de Helicópteros em Serviço Permanente. Aqui também se encontra a base do INEM.
A poucos quilómetros da “Cidadela da Segurança”, na cidade de Quarteira, foi também inaugurada neste dia a BAL – Base de Apoio Logístico, uma estrutura de reserva logística regional constituída para apoio e suporte direto ao desenvolvimento e sustentação das operações de proteção e socorro, em especial os meios de reforço nacionais e internacionais, desde o alojamento à alimentação. Esta estrutura tem aproximadamente 3000m2 e é uma das cinco bases existentes no país.
Nos 3 pisos que compõem a edificação há alojamento para 120 operacionais, sendo que aqui também fica um grupo de 30 elementos da força especial de proteção civil da ANEPC, funcionando igualmente neste espaço o destacamento dos Bombeiros Municipais de Loulé. “À população de Quarteira e Vilamoura quero também dar nota que a partir de hoje os Bombeiros Municipais terão aqui instalações condignas, dotadas de meios humanos e técnicos capazes de atacar qualquer situação no âmbito da emergência médica e incêndios, a saber: autoescada, veículo de combate a incêndios urbanos, veículo de combate a incêndios rurais, autotanque e ambulância de emergência, assegurando um serviço de 24 horas por dia”, explicou o presidente Vítor Aleixo.

A obra teve um custo de 1,6 milhões de euros financiados 15% pela autarquia e 85% pelos fundos comunitários.
António Costa falou da importância dos dois equipamentos especialmente numa altura em que “o processo das alterações climáticas tem vindo a criar novos riscos e a agravar riscos pré-existentes” e em que o Algarve “é uma das regiões mais expostas aos riscos das alterações climáticas: erosão costeira, seca e aumento do risco de incêndio”.
Se a prevenção tem sido uma aposta ganha nos últimos anos, por exemplo através da limpeza dos terrenos e criação de faixas de interrupção, que se refletiu num decréscimo da área ardida, o primeiro-ministro acredita ser também fundamental “ter melhores meios e uma boa capacidade de planeamento, de comando e controle, bem como logística para sustentar estas operações”.
“Esta BAL é também da maior importância porque significa que, não só os bombeiros da região, mas em particular os grupos de reforço que são deslocados para apoio à região em alguma situação de catástrofe terão uma base onde poderão recuperar, ter o alimento, o enquadramento e a informação necessária para atuar com eficiência no terreno de operações. Será também da maior importância no dia em que seja necessário agir”, sublinhou António Costa.
O chefe de governo destacou a importância da segurança numa região que vive do turismo. “Quando estamos hoje a investir na segurança estamos também a investir no desenvolvimento económico e social de toda esta região”, frisou ainda.
Já o ministro da Administração Interna falou das especificidades da região em que a segurança faz toda a diferença, já que constitui não só um “elemento essencial de coesão social e territorial mas também um fator essencial de competitividade, de atração de turistas e de investimento e fator de identidade”. Daí que Eduardo Cabrita tenha salientado o facto desta ser a única região do país em que todos os municípios têm Contratos Locais de Segurança celebrados com a administração central, contribuindo, assim, “para os níveis de criminalidade baixa ou para os 9 milhões de passageiros que o Aeroporto de Faro registou em 2019”.
No dia em que vários agentes ligados à proteção civil estiveram no concelho de Loulé para participar nestes momentos inaugurais, Carlos Mourato Nunes, responsável máximo da Autoridade Nacional sublinhou a “inequívoca importância de ambas as infraestruturas”, na medida em que “a comodidade e aptidão funcional e tecnológica das mesmas permitirá um robustecimento da capacidade de resposta da ANEPC e dos demais agentes de proteção civil na resposta à inteligência e na prestação do socorro às populações”.