Quem conhece, de algum modo, tanto a História dos Homens em geral, como a História Sagrada em particular, sabe do muito que tiveram que sofrer todos aqueles que fiéis à Verdade, nas mais diversas circunstâncias, tiveram que a proclamar mesmo contra a vontade de reis e de altos potentados governantes.

Esses ficaram como exemplo para todos nós.

Foram eles que, apesar de toda a espécie de ameaças, apesar das injúrias sofridas, apesar das prisões suportadas e dos tormentos havidos, aguentaram firmes e alguns preferiram até morrer do que renegar ou deixar de proclamar a Verdade.

E hoje como ontem não cessam as pressões, desta ou daquela espécie e pelos mais diferentes modos, para silenciarem todos os que teimam em defender a Verdade e a Justiça.

É, pois, grande o preço da verdade que incomoda.

Por isso, os poderosos recorrerão sempre aos mais variados expedientes para silenciarem toda a voz que os perturbe ou legitimamente os contraria.

Servem-se do seu poder e da sua influência para amesquinharem e se vingarem dos que além do sim, sabem dizer também o não, quando o não deve ser dito.

E vingam-se das mais diferentes maneiras como por exemplo através de insinuações malévolas, de ditos desprestigiantes, de farpas matreiras, de intrigas maquiavélicas…

Enfim, deitam mão a todos os meios para prejudicarem os que, na sua óptica, consideram inimigos pessoais. Marginalizar, caluniar e difamar, eis outras tantas formas de perseguirem toda a voz corajosa que os incomoda.

Lemos algures e até apontamos para tema de reflexão o seguinte pensamento: "É preciso haver quem tenha coragem do martírio e se não cale sempre que seja preciso defender valores tão nobres como a Verdade e a Justiça".

Julgamos que a mensagem é bem evidente e merece uma palavra de comentário, na sequência da reflexão que temos vindo fazendo.

A Verdade e a Justiça eis, pois, o fundamento e a legitimidade onde assentam muitas críticas sobre os mais diversos problemas que dizem respeito tanto à comunidade como aos indivíduos.

Por isso, em todas as ocasiões em que se verifiquem procedimentos que respeitem a Verdade e a Justiça, não só é legítimo como até obrigatório que o jornalista denuncie, com objectividade, os factos, ainda mesmo que saiba, de antemão, que incorrerá no desagrado das entidades envolvidas as quais lhe poderão fazer sentir o peso da sua mão vingativa. Aliás, aquele célebre aforismo de "quem não é por nós é contra nós" predomina ainda em muitos espíritos e daí todas essas atitudes que poderemos considerar de primárias.

Numa palavra, enquanto se mantiverem estas mentalidades muito terão que sofrer os independentes amantes da Justiça e da Verdade.

Joaquim Mendes Marques

O autor deste artigo não o escreveu ao abrigo do novo Acordo Ortográfico